Em declaração, a diretora da fundação imperialista Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, admitiu que há uma tendência para crescimento repentino da inflação, já alta, que não deverá frear pelo menos até o ano de 2025. De acordo com a diretora, essa situação “impactará ainda mais as condições financeiras, impactando duramente os mercados e as economias em todo mundo”. Na prática, aponta-se para o aprofundamento da crise do imperialismo e a piora das condições mínimas de sobrevivência das massas.
A alta da inflação é uma tendência já sentida pelas massas de todo o mundo. O FMI, desde o início da pandemia da Covid-19, buscava disfarçar a alta da inflação como consequência da crise do imperialismo ao justificá-la como efeito único e exclusivo da pandemia global e, depois, da guerra de agressão russa à Ucrânia. Hoje, passada essa situação, ainda não há perspectiva de melhora no problema do aumento da carestia.
No ano passado, a alta severa dos preços de produtos básicos foi enfrentada por grandes levantes de massas massas em dezenas de países, como Filipinas, Paraguai, Paquistão, Bélgica, Alemanha, Argentina, Irlanda do Norte e inclusive o Brasil, onde as massas realizaram confiscos de supermercados, redes de abastecimento e caminhões, como o Supermercado Inter, em Inhaúma, e a rede Ceasa. Os protestos deixaram claro os graves e pesados efeitos da inflação principalmente sobre as massas populares.
No Brasil, é visível também que a tendência para o aumento da inflação anunciada pela diretora da fundação imperialista se confirma. Os últimos dois meses registraram altas consecutivas nos preços. Em agosto, a inflação cresceu em 0,23%. Já em setembro, o índice subiu em 0,35%. Com as altas, a inflação anual acumulada atingiu 5%.
A alta mundial dos preços vai de encontro com o palavrório do atual gerente de turno do imperialismo ianque, Joseph Biden, que vangloriou-se no dia 1 de setembro pela capacidade em manejar a baixa taxa de juros, inflação e pleno emprego. O breve respiro durou pouco.
Na realidade, o que se apresenta para a economia ianque, atolada em uma dívida pública trilionária, é que se aumente mais as taxas de juros para supostamente “conter o perigo da explosão da inflação”, como afirma a diretora da fundação imperialista. A receita falaciosa da alta dos juros para contenção da inflação deve ainda ser repassada como receituário do FMI para as semicolônias de todo o mundo, onde as classes dominantes lacaias do imperialismo aplicam essas políticas econômicas como regra de ouro. Na prática, não há perspectiva para a melhora da economia nem nas análises mais otimistas dos próprios economistas a serviço do imperialismo. Para as massas, fica claro que não há saída dentro desse velho sistema de exploração e opressão, em crise geral de decomposição.