O mês de setembro deve registrar uma alta de 0,35% na inflação, após uma alta de 0,28% em agosto, segundo o IPCA-15. Dentre os itens que mais sofrerão alta estão a gasolina, habitação, vestuário, saúde e despesas pessoais. Com a alta, a inflação anual atinge o patamar de 5%. Os índices são medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis registraram alta. O setor de transportes liderou o avanço dos preços, com alta de 2,02%. A gasolina, enquadrada no setor, subiu em 5,18%, após alta de 1,24% em agosto. As altas dos combustíveis ocorrem apesar do anúncio demagógico do governo federal de “fim dos Preços de Paridade Internacional (PPI)”, e são sinal do fracasso da medida cosmética que não logrou a redução dos preços. Isso porque, após o fim da PPI, a Petrobras continua se guiando pelos preços estabelecidos pelas refinarias e demais petrolíferas privatizadas do país, que por sua vez guiam-se pelos preços internacionais.
Já nos outros grupos, a alta foi de 0,30% em Habitação; 0,41% em Vestuários; 0,35% em Despesas Pessoais e 0,17% em Saúde e Cuidados Pessoais. Se concretizada, a previsão de alta para setembro será a segunda elevação consecutiva nos preços. No mês anterior, os setores que mais sofreram alta foram a energia elétrica, gasolina, planos de saúde e o ensino fundamental.
A alta nos preços revela ainda a incapacidade da política de juros altos do Banco Central em conter a inflação. Isso porque a justificativa dos magnatas da instituição financeira é puro engodo, uma vez que os preços são definidos em última instância pelos cartéis monopolistas, e as altas taxas de juros, ao fim e ao cabo, encarecem a produção e os próprios preços.
Mesmo assim, o povo brasileiro continuará a sofrer tanto pela alta inflacionária quanto pelas esmagadoras taxas de juros. No dia 20 de setembro, o Conselho de Política Monetária (Copom), presidido por Roberto Campos Netto, aprovou uma redução singela de 0,5% na taxa básica de juros (Selic), mas reiterou em tom de ameaça que mesmo as reduções discretas dependem do cumprimento das “metas fiscais”. Com as novas altas dos preços, as massas populares podem esperar a manutenção das esmagadoras taxas, ou até mesmo novas elevações.
Destaca-se ainda que, sob tal nível de fracasso das políticas do BC, está mais fácil do que nunca a demissão de Roberto Campos Netto. Mas nada disso deve ser feito por Luiz Inácio, comprometido com os interesses das classes dominantes. No cenário de crescente descrédito frente às massas populares após a aprovação do novo arcabouço fiscal, a reforma ministerial e os cortes em serviços essenciais como Saúde e a Educação, as consecutivas altas nos preços oferecem um risco severo para o governo de Luiz Inácio.