Inglaterra: Trabalhadores do transporte público realizam grandes greves

Inglaterra: Trabalhadores do transporte público realizam grandes greves

Os trabalhadores do transporte público de Londres, na Inglaterra, realizaram, entre o mês de fevereiro e março, grandes greves. Também participaram os trabalhadores da limpeza dos trilhos de todo o país. Os operários, que não pararam durante a pandemia, enfrentam péssimas condições de trabalho e recebem salários miseráveis. Os trabalhadores da limpeza dos trilhos, particularmente, recebem salários equivalentes ao salário mínimo nacional que, diante da inflação em 5,4% não garantem mais a subsistência básica. A previsão para o ano é de que a inflação na Inglaterra alcance os 7%.

Limpadores de trilhos em greve por toda a Inglaterra

Os operários da limpeza do monopólio Churchill de serviços terceirizados realizaram um dia de greve em toda a Inglaterra no dia 24 de fevereiro contra seus baixos salários e demandando os direitos a eles negados por serem terceirizados. Eles exigem um pagamento de 15 euros por hora (atualmente recebem o salário mínimo, 8,91 euros), também os direitos à auxílio-doença e o pagamento do transporte até o local de trabalho.

A empresa Churchill fornece serviços de limpeza para as operadoras de trens Thameslink, Southern e Great Northern, Southeastern, Eurostar e HS1. O monopólio Churchill Contract Services Group Holdings Limited, teve, em 2020, um faturamento de 211,9 milhões de euros (cerca de R$ 1 bilhão) e seus acionistas tiveram lucros de cerca de R$ 146 milhões. Isso enquanto os trabalhadores não recebiam nem mesmo pagamento quando ficavam doentes em meio à pandemia.

Diante dessa situação, mais de 40 piquetes simultâneos foram montados nas principais estações ferroviárias da capital no dia 24/02, incluindo Kings Cross, St Pancras e Victoria, bem como em toda a costa litorânea sul e sudeste na greve. Além disso, centenas de trabalhadores e ativistas ocuparam o pátio da Go Ahead Group, empresa que controla a franquia no Thameslink, Southern e Great Northern, exigindo que os chefes saíssem e se encontrassem com os trabalhadores. Eles também planejam uma marcha de 48 horas entre 12 e 13 de março.

Em solidariedade aos trabalhadores da limpeza, pelo menos 45 engenheiros sindicalizados que trabalham para a empresa ferroviária Eurostar Temple Mills International em Leyton, leste de Londres, se recusaram a cruzar o piquete dos trabalhadores e se juntaram a eles nos protestos.

Em fevereiro, cerca de mil trabalhadores da limpeza que são membros do sindicato Ferroviário, Marítimo e Transportes (RMT) votaram por unanimidade em dois momentos diferentes pela greve e os protestos e piquetes tiveram a adesão de centenas de operários.

Outros limpadores terceirizados que recebem mesmo abaixo do salário mínimo e trabalham para a Atalian Servest Ltd, já realizaram três greves diferentes, incluindo uma de 48 horas um dia após os trabalhadores da Churchill. Eles também planejam entrar em greve novamente a partir de 10/03.

Trabalhadores da limpeza de trilhos protestam contra salários baixos e carregam cartaz escrito “De heróis à nada”, em referência a serem retratados como “heróis” durante a pandemia e em contrapartida não receberem nem salários decentes. Foto: RMT

 Metrô de Londres em greve

Os trabalhadores do metrô de Londres realizaram duas grandes greves nos dias 1 e 3 de março. Os operários protestam contra um acordo com a prefeitura e o órgão responsável pela manutenção das linhas de metrô na cidade, operada pela imperialista Corporação MTR, de Hong Kong. O acordo prevê um ataque contra as pensões garantidas aos trabalhadores e a redução da quantidade de funcionários de pelo menos 10%, através da não contratação de novos empregados após a saída dos atuais (cerca de 600 vagas de emprego a menos). Isso, em troca do financiamento de emergência dado pelo governo à empresa operadora do metrô durante a pandemia.

O segundo dia de greve ocorreu no dia em que as tarifas ferroviárias aumentaram em 4,8%, indo de centavos ao valor de 2,50 euros, ou seja, quase R$14. A empresa também tenta recuperar o prejuízo nos seus superlucros repassando esse valor ao consumidor.

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