O historiador progressista Ilan Pappé, autor de livros como 10 mitos sobre Israel e A Limpeza Étnica da Palestina, foi detido e interrogado pelo FBI no aeroporto de Detroit, em Michigan, no Estados Unidos (USA), no dia 13 de maio.
Pappé denunciou o caso em seu Facebook no dia 15 de maio. Segundo a denúncia, ele teve o celular confiscado e foi questionado sobre apoiar a Resistência Nacional Palestina. Todo o interrogatório durou cerca de duas horas.
“Eu sou um apoiador do Hamas? Eu considero as ações de Israel em Gaza como genocídio? Qual é a solução para o ‘conflito’? (sério, foi isso que eles perguntaram!)”, escreveu Pappé.
Os agentes também questionaram sobre as relações que o historiador tinha com os amigos “árabes e muçulmanos”.
Durante o interrogatório, os agentes do FBI tiveram longas conversas no telefone com outras pessoas. “[Com] os israelenses?”, questiona Pappé, na publicação.
Esse episódio aumenta a lista de repressões a Ilan Pappé por parte de Estados e empresas de países imperialistas.
No ano passado, uma editora francesa cancelou as impressões do livro A Limpeza Étnica da Palestina, no que Pappé denunciou como censura.
Ilan Pappé não desvincula as repressões que sofreu da perseguição a personalidades pró-Palestina pelo mundo, como ao reitor palestino da Universidade de Glasgow, que foi proibido de entrar na França e na Alemanha.
“A boa notícia é que – ações como essas por parte do USA ou países europeus sob a pressão do lobby pró-israelense ou de Israel diretamente cheiram a pânico e desespero em reação a Israel se tornar muito em breve um Estado pária com todas as implicações desse status”, conclui Pappé.