No final de março e início de abril, mais de 4 mil militares das Forças Armadas (FF.AA.), Polícia Militar (PM) e policiais civis realizaram várias operações. Ao fim das mesmas, mais de 12 moradores foram mortos pela PM em operações dirigidas pelas Forças Armadas. Enquanto isso, os generais ignoram a chacina ocorrida no dia 24/03, na Rocinha.
No Complexo do Lins, no dia 27/03, ocorreu a maior operação desde a instalação da intervenção militar. Um total de 3.400 militares das FF.AA., 150 policiais militares e 350 policiais civis foram mobilizados, além da utilização de blindados, aeronaves e equipamentos pesados de engenharia.
Foi constatado disparos contínuas por ao menos 15 minutos envolvendo agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) por volta das 2h e às 6h. O Exército deu cobertura para a ação de guerra cercando a comunidade.
A situação da Rocinha, no entanto, foi a que mais chamou a atenção. Lá foram assassinados os 12 moradores em 8 dias de operação. No dia 24/03, como já noticiamos no Portal de AND, a Batalhão de Choque da PM promoveu uma chacina para descontar nas massas desarmadas a morte de um policial ocorrida em uma operação de guerra movida contra a favela, dias antes.
Cinicamente e fazendo vistas grossas, o general Carlos Frederico Cinelli, porta-voz do Comando Militar do Leste, afirmou que “a polícia está presente na Rocinha protegendo a população”. “Os dados estão sendo processados, a Secretaria de Segurança tem ciência. Se for o caso de operações serem desencadeadas, serão desencadeadas”, disse o general, sugerindo mais repressão contra a comunidade, no dia 30/03.
O discurso de combate às drogas e o objetivo de resgatar a moral das instituições de segurança pública têm permeado as ações militares nas comunidades cariocas. Entretanto, o que tem se mostrado é a ampliação da guerra civil reacionária contra o povo e o crescimento de sua política de extermínio da juventude negra e pobre – ações dirigidas pelas Forças Armadas.
Crédito: Ellan