Camponeses que foram hoje (26/04) até a Área Gedeon José Duque para recuperar pertences após uma série de ataques do bando pistoleiro de Gesulino Castro acabaram encontrando os criminosos na área derrubando a mata local. O grupo de criminosos atacou os camponeses, que responderam. Nenhum trabalhador se feriu.
Os camponeses relatam que assim que a autodefesa camponesa agiu, o motorista da caminhonete dos pistoleiros bateu em retirada, deixando os trabalhadores que derrubavam a mata e os outros pistoleiros para trás. Um derrubador foi ferido, provavelmente pelos próprios guaxebas, mas os camponeses o orientaram a correr em fuga.
Os camponeses temem que o bando paramilitar assassine esse trabalhador para culpar os camponeses e justificar novos ataques. Desde ontem, Machadinho d’Oeste, onde fica localizada a área, tem sido alvo de um enorme aparato repressivo com várias viaturas e até mesmo quadriciclos.
De acordo com a denúncia enviada ao correspondente local de Porto Velho, os PMs alegam estar na região para reprimir crimes ambientais, mas tendem a desviar as ações para atacar a luta pela terra.
O bando de Gesulino Castro fez vários ataques na Área Revolucionária Gedeon José Duque no final de março e início de abril. O maior dos ataques ocorreu entre os dias 09/04 e 10/04, quando o bando de Gesulino, policiais e paramilitares do “Invasão Zero” mobilizaram mais de 15 caminhonetes para expulsar os camponeses. Vários dos moradores da área Gedeon tiveram que ir para acampamentos vizinhos para não morrerem nas mãos da pistolagem ou não serem presos pela PM. Na ocasião, o bandido Gesulino publicou vídeos na internet nos quais se vangloriava dos crimes.
Em vez de prender o bandido declarado e os outros paramilitares, a PM armou uma megaoperação contra camponeses de outro acampamento, nomeado São Francisco, próximo a Porto Velho, no dia 11/04. Durante o episódio, 26 camponeses foram presos injustamente e as mulheres dos trabalhadoras foram forçadas a cozinhar para os militares enquanto eles derrubavam as casas.