Novas informações divulgadas no final do mês de agosto revelam que o Alto Comando das Forças Armadas (ACFA) sabia das proporções que a Bolsonarada do 8 de janeiro poderia tomar. Uma outra investigação no mesmo período revelou que militares da ativa podem ter financiado as mobilizações golpistas.
Segundo o monopólio de imprensa Folha de São Paulo, o próprio Centro de Inteligência do Exército (CIE) elaborou relatórios sobre as manifestações do 8/1. As informações teriam chegado no dia 07/01 aos membros da cúpula do Exército por meio do Whatsapp, com dados sobre a gravidade da situação.
Isso se contrapõe ao afirmado pelo CIE na CPMI do 8/1, de que o centro que “não tinha relatórios” sobre o que ocorria no acampamento à frente do Quartel-General do Exército.
Antes da recente revelação, o que se sabia oficialmente era que somente a Agência Brasileira de Inteligência havia (Abin), subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), havia emitido os alertas sobre a movimentação. Na ocasião, os alertas da Abin foram ignorados tanto pelo GSI quanto pelo governo do Distrito Federal, que nada fizeram em relação à agitação golpista.
Todavia, esse jornal já havia afirmado que o ACFA tinha pleno conhecimento dos desenvolvimentos da Bolsonarada e de outros planos golpistas da corja da extrema-direita, e que não interviu no aventureirismo golpista como forma de não confrontar-se com a extrema-direita e, ao mesmo tempo, usar os atentados e outros episódios como aviso e ameaça contra o governo oportunista de Luiz Inácio.
Militares financiaram tentativa de golpe de Estado
Além disso, investigações nos aparelhos celulares do tenente-coronel Mauro Cid revelaram indícios de que militares da ativa financiaram as ações golpistas de extrema-direita após a farsa eleitoral e instigaram os grupos de extrema-direita às ações e atentados.
Foi revelado ainda que Cid compilou estudos que tratam da atuação das Forças Armadas para “Garantia dos Poderes Constitucionais” e “Garantia da Lei e da Ordem”. Cada vez mais, fica escancarado o golpismo incrustado e ainda não resolvido das Forças Armadas.