A Invicta Coluna Prestes foi celebrada em um Ato Político-cultural no último sábado (5), em Foz do Iguaçu. O evento, promovido pelo jornal A Nova Democracia, contou com a participação de movimentos democráticos e revolucionários do país, além da presença do jornalista e escritor Aluízio Palmar e do professor Gracialino Dias. A mesa destacou a importância histórica da Coluna Prestes e demarcou a atualidade das demandas que moveram tal epopeia.
No evento, os palestrantes definiram a Coluna Prestes como um grande marco da luta revolucionária no Brasil apontando quais foram seus êxitos e suas debilidades. Se tratando de uma verdadeira epopeia, a Coluna defendeu profundas transformações no Estado brasileiro, apontando contra o domínio político das oligarquias feudais no país, a concentração de terras no latifúndio e a miséria imposta às massas camponesas e proletárias.
O Diretor-geral de AND, destacou que é preciso ir contra a tese de que o movimento tenentista foi o início de uma intervenção dos militares na política do país, pois, seus protagonistas foram a média oficialidade e praças, ligados às massas populares. Também pontuou que, é errôneo dizer que os ideais tenentistas se realizaram na “Aliança Liberal” de Getúlio Vargas que desembocou no golpe de Estado de 1930, pois suas demandas seguiram pendentes de realização e contribuíram para o culminar do Levante Popular Armado de 1935. Definiu a Coluna como uma epopeia extraordinária do povo brasileiro, mas que apenas poderia levar a cabo a revolução democrática se estivesse sob a direção da classe operária. Destacou, também, o brilhantismo do papel de Prestes na Coluna, pois depois de 35, ele, das lideranças, foi quem deu o salto necessário que o próprio movimento tenentista precisaria ter dado para obter triunfo, o salto de partir ao marxismo.
Já o professor Gracialino Dias, pontuou a necessidade de conhecermos a história da resistência e da luta do povo brasileiro, sempre ligando ao contexto internacional, para que seja possível intervir de maneira consciente na atualidade. Também, denunciou o covil de latifundiários que estão inseridos e são a maioria do Congresso nacional, sendo um dos grupos que ditam os rumos da política em nosso país. Demonstrando assim, que, do ponto de vista estrutural, quase nada mudou desde o período da Coluna, e que a base sobre a qual repousa o nosso país, 100 anos depois, não se alterou, ainda que esteja sob nova roupagem. Ainda hoje prevalecem no Brasil as mesmas bases contra as quais se levantaram os revolucionários da Coluna.
Outro aspecto importante trazido pela mesa, foi a ausência da ideologia proletária na Coluna, que expressou, entre outras coisas, a não participação ativa das mulheres em suas fileiras. Foi destacado que o avanço de uma sociedade se mede pelo grau de participação da mulher na produção social, sendo assim, o avanço de um processo revolucionário se mede pelo grau de participação das mulheres na luta. Dessa maneira, foi colocada a necessidade fundamental da incorporação das mulheres na luta revolucionária para a garantia de sua vitória.
Um representante da Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo (FRDDP), demarcou que a atualidade da Invicta Coluna Prestes reflete a necessidade de uma Revolução de Nova Democracia no Brasil. Destacando que o Movimento Tenentista foi o último suspiro da burguesia nacional do nosso país na sua tentativa de converter o exército em seu partido político, mas que expressou os limites da burguesia daquele tempo histórico, pois já não cabia mais a ela cumprir a tarefa da revolução democrática, já era seu tempo de falência histórica.
Apontou também que a Coluna Prestes teve um objetivo político consciente de aplicar uma transformação em âmbito nacional, de subverter a ordem e tomar o poder. E o que corresponde hoje é persistirmos no caminho democrático-revolucionário do nosso país, que só pode ocorrer sob direção do proletariado. Encerrou sua intervenção dizendo “Precisamos cumprir essa tarefa pendente, histórica e atrasada que tanto sofrimento tem colocado as massas do nosso país, especialmente ao campesinato. Os oligarcas do passado são os mesmos, os mesmos ladrões de terras, agora sob nova roupagem de “agro”. Temos que estabelecer a aliança operário-camponesa, por fim ao monopólio feudal da terra, expropriar o capital da grande burguesia atrelada ao imperialismo, ou seja, fazer Revolução de Nova Democracia em nosso país!”
O evento também contou com uma atividade cultural de apresentação de uma peça teatral sobre a Invicta Coluna Prestes. Ao longo das intervenções do Ato Político-cultural foram entoadas as palavras de ordem Do Sul ao Norte e Nordeste, viva a Invicta Coluna Prestes! / É terra, é terra, para quem nela trabalha! E viva, agora e já, a Revolução Agrária! / Vitória, vitória! Está chegando o dia, viva a Revolução de Nova Democracia!
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