Iraquianos rechaçam o imperialismo ianque em protesto um ano após morte de general iraniano

Iraquianos rechaçam o imperialismo ianque em protesto um ano após morte de general iraniano

Manifestantes iraquianos erguem bandeiras e cartazes escritos “Abaixo o USA!” em Bagdá, 3/01/2021, um ano depois que um ataque do USA matou um general iraniano. Foto: Ahmad al-Rubaye / AFP

No dia 3 de janeiro, milhares de iraquianos se reuniram no aeroporto de Bagdá, Iraque, para condenar e vaiar o Estados Unidos (USA) e sua presença indesejada no país, chamando-os de “ocupantes americanos”. O protesto ocorreu no mesmo lugar onde, um ano antes, um ataque de drones orquestrado pelo imperialismo ianque matou o general iraniano Qassem Soleimani e o comandante da coalizão iraquiana de milícias xiitas Hashd al-Shabi, Abu Mahdi al-Muhandis. 

Segundo diversas fontes do monopólio de imprensa, as massas exigiam a rápida e imediata saída de todas as tropas ianques do país. Palavras de ordem como Não à América! e Abaixo o USA!, além de pedidos de vingança às mortes dos dois comandantes foram entoados. 

Além do imperialismo ianque, outro alvo rechaçado pelo protesto foi o atual governo fantoche do Iraque, submisso aos interesses do USA, atualmente encabeçado pelo primeiro-ministro Mustafa al-Kazimi. 

Os manifestantes, em tom de luto, levaram cartazes de outros paramilitares que morreram e acenderam velas no local, cujas paredes próximas ainda estão marcadas por estilhaços da explosão. Alguns conseguiram, ainda, invadir o aeroporto no qual ocorreu o ataque flagrante à soberania nacional iraquiana, no início de 2020. 

Em seguida, os apoiadores das Hashd al-Shabi (“Forças de Mobilização Popular”) se encaminharam à praça Tahrir, também em Bagdá, onde continuaram com o comício.

O movimento contrário à intervenção ianque no país ocorre em um momento de intensas ameaças lançadas pelo presidente do USA, Donald Trump, em seus últimos dias na administração. Bombardeiros B-52 foram enviados pelo USA para o Golfo Pérsico, fortalecendo sua presença militar na região, e também foi ordenado que o porta-aviões USS Nimitz permanecesse no Oriente Médio, no dia 3/01. 

As Hashd al-Shabi, apoiadas pelo Irã, são identificadas como as responsáveis pelos diversos ataques lançados contra bases ianques no Iraque e seus comboios militares e logísticos no decorrer do último ano. Essas ações foram intensificadas em retaliação à morte de Soleimani. 

Recentemente, após um cessar-fogo, o grupo havia retornado a realizar os lançamentos de foguetes e mísseis, principalmente contra seu principal foco: a Zona Verde, complexo militar em Bagdá onde está localizada a embaixada do USA.

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