Irlanda: Patrulha policial é atacada por artefato explosivo

Irlanda: Patrulha policial é atacada por artefato explosivo

Tropas reacionárias da Spin coletam restos de artefato explosivo. Foto: BBC

Uma patrulha policial foi alvo de um artefato explosivo na cidade de Strabane, condado de Tyrone, na Irlanda do Norte. A explosão da bomba causou danos à viatura e não houve feridos. O acontecimento ocorreu em torno das 23h do dia 17 de novembro. O reacionário delegado-assistente do Serviço Policial da Irlanda do Norte (Spin) afirmou que se tratava de um “explosivo funcional”, com capacidade de matar.

O ataque ocorreu em meio a uma patrulha da reacionária Spin em busca de “atividades antissociais” na região. Os policiais ouviram uma explosão, viram um clarão e foram obrigados a parar o carro. Ao saírem da viatura, perceberam os danos causados ao veículo. 

Ainda não se tem confirmação de quem produziu a explosão. Desde 2010, a cidade de Tyrone, bem como Derry, é alvo de diversos ataques como parte da luta armada empreendida por organizações armadas de nacionalistas irlandeses que não aceitaram entregar as armas após Acordos de Paz que ocorreram na década de 1990. A cidade de Derry concentrou parte relevante das ações armadas do Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla original).

A luta secular da Nação irlandesa

A subjugação semicolonial da chamada “Irlanda do Norte”, bem como a própria divisão do território irlandês em duas diferentes unidades políticas, é resultado de uma opressão do povo irlandês pela Inglaterra desde o século XII.

Desde que foi invadida pela primeira vez, a Nação irlandesa luta de maneira ferrenha contra o jugo colonial imposto pelos seus invasores, expressa em importantes rebeliões e levantes armados. A partir do século XIX e no século seguinte, essa Resistência Nacional atingiu um novo patamar, sobretudo com a entrada em cena do proletariado internacional na luta pela libertação nacional. 

Foi ao longo do século XX que a Resistência Nacional Irlandesa  desenvolveu lutas como o Levante de Páscoa de 1916. Centenas de patriotas irlandeses armados assaltaram pontos estratégicos de Dublin e, a partir do Escritório Geral dos Correios, proclamaram a República da Irlanda. Um dos dirigentes da rebelião foi James Connolly, dirigente revolucionário proletário que defendia que: “Se retirarem o exército britânico amanhã e hastearem a bandeira verde no castelo de Dublin, a não ser que organizem uma república socialista, todos os seus esforços terão sido em vão e a Inglaterra ainda os governará por meio dos donos de terra, dos capitalistas e das instituições comerciais”. 

Na década de 1960, com o crescimento de movimento de massas na Irlanda do Norte e nova invasão inglesa, a Resistência Nacional Irlandesa atingiu um novo auge. Entre os anos de 1968 e 1998, o IRA lutou contra a invasão por meio de emboscadas contra policiais e militares britânicos e ataques à bomba na Irlanda do Norte e na Inglaterra.

Hoje, apesar do relativo período de apaziguamento da luta armada que se sucedeu aos Acordos de Paz de 1998, os patriotas irlandeses mostram que esta nunca cessou nem se extinguiu. As aspirações por uma Irlanda livre das amarras do imperialismo britânico seguem vivas.

Leia também: Irlanda: Revolucionários irlandeses celebram o Levante de Páscoa

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