Cerca de 200 pessoas se rebelaram em um protesto contra o assassinato de um jovem preto em frente à uma estação da polícia irlandesa (Gardaí) no oeste de Dublin. Os manifestantes responderam às intimidações da polícia com chutes e lançaram dispositivos explosivos contra as viaturas. A manifestação ocorreu no dia 31 de dezembro de 2020, de manhã.
O assassinato de George Nkencho, de 27 anos, ocorrera no dia anterior. O jovem estava sofrendo de um episódio de saúde mental e carregava consigo uma faca de manteiga. Sua família o acompanhava e tentava ajudar a conter a situação. George já era conhecido pela Gardaí por sofrer dos episódios, pois a família já os havia contatado antes.
O seu irmão Emmanuel, testemunha do assassinato, declarou em uma entrevista, revoltado: “Se você me diz que não consegue deter um preto com uma faca de manteiga, que tipo de polícia você é? Estão me dizendo que não é racismo, que a culpa é dele. Não vou parar até que seja feita a justiça”.
Emmanuel também denuncia que os policiais não tentaram todos os métodos para deter seu irmão e não usaram spray de pimenta: “Eles o atingiram com o taser até o chão, mas isso não os impediu de acabar com ele à minha frente, das minhas duas irmãs, meus irmãos e todos”.
“Houve cinco tiros e o quinto foi o que o matou”, relata. “E eles tentam me dizer que isso é justiça. Não há justiça aí”.
A irmã de George afirmou na internet que ele “sofria de uma doença mental grave e aqueles que o conheciam sabem o tipo de pessoa que ele era. Ele não era um bandido nem um criminoso”.
No dia 2 de janeiro, outro protesto com dezenas de pessoas ocorreu em rechaço ao assassinato covarde do jovem preto.
Manifestantes protestam contra o assassinato do jovem preto George Nkencho pela polícia em frente à estação da Gardaí de Blanchardstwon. Foto: Tony Garvin.