Disparos israelenses contra o Sul do Líbano, na madrugada do dia 26/08/2020. Foto: Al-Manar
Na noite de 25 de agosto e madrugada adentro, helicópteros e aviões de guerra israelenses bombardearam o Líbano com mísseis e bombas de luz, nas proximidades do município de Manara, causando pânico na população e diversos focos de incêndio. Segundo denúncias feitas pelo Hezbollah, movimento libanês alvejado por Israel nesse episódio, foram disparadas bombas que continham fósforo branco, potencialmente usado em armas químicas.
De acordo com tais denúncias, o componente do fósforo branco foi utilizado nas proximidades das cidades de Mays al-Jabal, Hula, Aitaroun e nas colinas Kfarshouba, no Sul do país. A sua utilização não é condenada pela Convenção sobre Armas Químicas se for como componente de foguetes de iluminação e bombas de fumaça, porém muitos especialistas a condenam pelo seu potencial uso contra civis.
A explosão desses dispositivos contendo a substância podem causar queimaduras horríveis, como ocorre frequentemente na Faixa de Gaza bombardeada por Israel, além de ser potencialmente letal se inalada ou ingerida.
Os residentes de Manara, Yiftach, Margaliot, Misgav Am e Malkia, localidades mais atingidas pelos disparos, foram obrigados a ficar dentro de casa e precisaram ir até abrigos antiaéreos para se proteger, ao passo que as estradas e rodovias da região foram bloqueadas pelos sionistas, impedindo completamente a circulação de pessoas.
As equipes de bombeiros e de combate a incêndios do Líbano foram acionadas para conter o grande incêndio em Mays al-Jabal causado pelas explosões, que se estendeu até muito perto de áreas residenciais.
O Exército libanês denunciou em sua conta oficial na internet que aeronaves israelenses atingiram com mísseis centros pertencentes a uma Organização Não-Governamental (ONG) ambiental chamada Green Without Borders (“Verde Sem Fronteiras”), que constrói parques e combate incêndios florestais.
Os militares sionistas afirmam que a agressão, que teve como alvo posições do Hezbollah, foi acionada após soldados da fronteira supostamente terem ouvido barulhos de tiros. Em contrapartida, o Hezbollah respondeu que todas as alegações israelenses sobre confrontos na fronteira são falsas e procuram criar um caldo de cultura contra o Líbano e qualquer grupo que se oponha às suas agressões, “fabricando vitórias fictícias”.
AGRESSÕES DE ISRAEL ATIÇAM HEZBOLLAH
No dia 22/08, o Hezbollah declarou ter derrubado e apreendido um drone israelense que sobrevoava a Linha Azul, zona que demarca a retirada das tropas israelenses do Líbano em 2000, após terem sido vitoriosamente combatidas pelo movimento libanês após anos parasitariamente ocupando o Sul do país. Sobre esse caso, o sionismo afirmou apenas que um de seus drones havia “caído em território libanês” durante “atividades operacionais ao longo da Linha Azul”.
As forças da ocupação sionista vêm intensificando sua presença ao longo da fronteira com o Líbano e a Síria, bem como suas agressões contra os grupos que atuam nesses dois países em contrariedade aos seus interesses. Recentemente, um ataque israelense em território sírio que visava atingir forças do governo de Bashar al-Assad e de seus aliados acabou matando cinco pessoas, incluindo um membro do Hezbollah. Tecnicamente, Líbano e Israel continuam em situação de guerra desde a agressão sionista de 2006, que foi novamente derrotada.
Incêndio causado em decorrência dos bombardeios israelenses contra o Líbano. Foto: Reuters