Tanques, caminhões e tropas de infantaria sionistas já chegaram a 25 quilômetros (km) de Damasco, capital síria, como resultado da invasão iniciada no dia 8 de dezembro após a ofensiva mercenária do grupo Tahrir al-Sham (HTS) no país árabe. Aviões israelenses bombardearam o país 480 vezes entre os dias 8 e 11 de dezembro como parte do assalto israelense que ocorre sem resposta dos mercenários.
Os ataques destruíram várias instalações militares, com o objetivo central de obliterar a capacidade militar e bélica de defesa do país árabe e facilitar a ocupação e anexação dos territórios por parte do Estado sionista.
Até a Marinha sionista está envolvida na invasão. Navios israelenses destruíram, no dia 10/12, duas instalações navais sírias onde 15 embarcações estavam estacionadas e dezenas de mísseis mar-a-mar estavam depositados.
A invasão sionista na Síria existia desde 1967, quando as tropas invasoras tomaram as Colinas de Golã. Depois da ofensiva mercenária, as forças de ocupação avançaram contra a zona de tampão desmilitarizada entre as Colinas de Golã e o território sírio, criada em 1974, por um acordo mediado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Agora, elas avançam em direção à Damasco. Nas redes sociais, circulam vídeos em que soldados israelenses debocham da facilidade com que invadem o território. “Damasco? Quero ir para Damasco!”, diz um soldado, enquanto finge que pede carona para outros dois militares em um caminhão militar. “Claro! Pode subir!”, responde o carona.
O primeiro-ministro sionita, Benjamin Netanyahu, afirmou que a queda de Assad foi resultado das ações de Israel contra o “Eixo do Mal” (forma como Israel chama o Eixo da Resistência, aliança informal do Irã, Hezbollah, Hamas e movimento Ansarallah) e que Israel está “mudando a cara do Oriente Médio”.
Apesar disso, as tropas do HTS não realizaram movimentos contra Israel, uma prova de que a ofensiva mercenária, apesar de ter usado de interesses populares contra o regime reacionário de Bashar Al-Assad para se alçar, não atende os interesses do povo e da Nação síria e está servindo principalmente aos interesses do Estado sionista e do Estados Unidos, que querem retalhar a Síria. A Turquia também é beneficiada, uma vez que as tropas do Exército Nacional Sírio (ENS), apoiado pelo regime turco, estão massacrando os curdos na Síria – o que interesse à Turquia porque os curdos, na luta pela proclamação do Curdistão entre o Iraque, Turquia e Síria, usam as bases que tem na Síria para potenciar a luta armada na Turquia.
No primeiro discurso após a derrubada de Assad, o líder do HTS, Abu Mohammed al-Julani disse que quer minar a influência iraniana e do Hezbollah na Síria, apesar de nem o Irã e nem o Hezbollah terem interesse em ocupar, retalhar e anexar o território sírio, como faz Israel.
O Hezbollah classificou o que ocorreu na Síria como uma ação “perigosa” e denunciou o “apoio incondicional do EUA” à ofensiva mercenária. Em denúncia às ações imperialistas e colonialistas na Síria, o líder do partido patriótico libanês, Naim Qassem, exigiu medidas decisivas para bloquear as ambições israelenses e afirmou que “os acontecimentos na Síria hoje – tanto políticos quanto populares – e as decisões resultantes, interna e externamente, são exclusivamente direito do povo sírio, livre de pressões e influências externas”.