Destroços de onde ficava o posto de saúde construído pelos moradores palestinos, demolido por escavadeiras israelenses, em Hebron, na Cisjordânia. Foto: Wafa
Nos dias 20 e 21 de julho, forças da ocupação israelense destruíram postos de saúde que haviam sido construídos recentemente como parte das estratégias de combate à pandemia de Covid-19, nas cidades de Jenin e Hebron, respectivamente, na Cisjordânia, território palestino ocupado pelo sionismo.
No primeiro caso, em Jenin, a agência de notícias palestina Wafa noticiou que soldados de Israel haviam invadido a cidade um campo de refugiados local para prender pessoas envolvidas em ações de resistência à ocupação, o que levou a um confronto com os moradores, que resistiram ao ataque, e terminou com um dos residentes alvejado na perna pelos soldados. Ao fim da incursão militar reacionária, os soldados levaram duas pessoas detidas e destruíram o posto de controle sanitário que ficava na saída da cidade, por puro sadismo.
No segundo caso, segundo o monopólio de imprensa Anadolu, as forças da ocupação israelense colocaram abaixo com escavadeiras um centro de saúde na entrada da cidade de Hebron que estava sendo construído pelos próprios moradores há cerca de três meses, na tentativa de conter o avanço da doença sobre a população.
Um palestino que participava da iniciativa em Hebron declarou ao site Monitor do Oriente Médio, enquanto caminhava pelos destroços deixados pelos israelenses após demolirem o centro: “[A demolição] é uma prova de que eles não estão preocupados em conter [o vírus]. A instalação estava preparada para testar os moradores, para que as pessoas infectadas ficassem quarentenadas aqui por um tempo e então serem transferidas para centros de quarentena, e para detectar as pessoas não infectadas e deixá-las entrar na cidade. Ele estava sendo construído há 3 meses, mas nos últimos estágios os israelenses não estavam mais permitindo”.
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Esses casos somam-se a episódios anteriores, como quando, em 15 de abril, soldados israelenses invadiram e fecharam uma clínica de testagem para a Covid-19 que havia sido improvisada no bairro de Silwan, na Jerusalém Oriental, onde ainda levaram presas quatro pessoas, acusadas de envolvimento com a Autoridade Palestina, que teria fornecido os kits de testagem da doença.
No mês anterior, outro caso similar ocorreu na aldeia palestina de Khirbet Ibziq, no norte do vale do rio Jordão, onde funcionários israelenses, acompanhados por uma escolta militar, confiscaram materiais e equipamentos que haviam sido destinados para a montagem de tendas de hospitais de campanha e para alojamentos emergenciais que atenderiam aos moradores locais.
Em meio a toda essa situação, fica escancarada a face mais violenta e perversa do colonialismo-sionista, que perpetra seus crimes contra o povo palestino, seja em territórios ocupados ou não. No mês de junho, Israel atingiu um pico no número de demolições perpetradas contra casas de famílias palestinas na Cisjordânia, atingindo mais de 200 palestinos, dos quais 115 são menores de idade. O número total de casas demolidas foi mais que o dobro da média mensal nos primeiros cinco meses de 2020.