Israel deteve mais de 400 crianças palestinas em 2020

Israel deteve mais de 400 crianças palestinas em 2020

Soldados israelenses prendem um menino palestino que tirava fotos durante uma manifestação. Foto: Palestine Solidarity Campaign

Pelo menos 400 palestinos menores de idade foram presos pelas forças da ocupação israelense desde o início de 2020, segundo a Sociedade de Prisioneiros Palestinos (PSS). O grupo divulgou um comunicado no dia 12 de novembro, o Dia Internacional da Criança, destacando que os sionistas “continuam mantendo 170 crianças palestinas em suas prisões”.

“Israel está cometendo várias violações contra crianças palestinas durante sua detenção, incluindo impedindo-as de completar seus estudos, privando algumas delas de visitas familiares na prisão e isolando-as em celas individuais”, acrescentou o comunicado. 

A acusação mais comum usada contra as crianças palestinas é o lançamento de pedras, considerado um crime de segurança por Israel. As crianças podem passar até 20 anos na prisão se forem consideradas culpadas dessa acusação, dependendo da idade. 

HISTÓRICO DE ABUSOS CONTRA CRIANÇAS NAS MASMORRAS DE ISRAEL

A população de prisioneiros de Israel é de cerca de 5,7 mil palestinos, dos quais 200 são menores de idade, 44 são mulheres, cinco são membros do Conselho Legislativo Palestino e 27 são jornalistas. Aproximadamente 470 prisioneiros palestinos estão detidos sob ordem de “detenção administrativa”, ou seja, não foram acusados de nada, nem passaram por julgamento. Sob a ordem de detenção administrativa, Israel detém palestinos por seis meses seguidos, que pode ser prorrogado indefinidamente. 

De acordo com a ONG Save the Children (“Salvem as Crianças”), todo ano entre 500 e 700 crianças são processadas sistematicamente nos tribunais militares de Israel, que é o único país do mundo a fazer isso. O Serviço Prisional de Israel revela que uma média de 204 crianças palestinas estão sob custódia todos os meses desde 2012. 

Os maus tratos no sistema de detenção militar israelense são generalizados, sistemáticos e institucionalizados ao longo do processo. É rotineiro que crianças palestinas sejam levadas de suas casas sob a mira de uma arma durante as incursões noturnas dos soldados nas cidades da Cisjordânia. Elas são vendadas, amarradas e algemadas; interrogadas sem a presença de advogado ou parentes e sem gravação audiovisual; colocadas em confinamento solitário, tudo isso sem que entendam uma palavra do que é dito, pois os israelenses falam hebraico, e não árabe.


Desenho de criança palestina que ficou em centro de detenção israelense. Foto: Save The Children


“Sinto saudades da comida da minha mãe”: desenho de criança palestina que ficou em centro de detenção israelense. Foto: Save The Children

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