Mays segura um retrato de Georges Ibrahim Abdallah
A estudante palestina de jornalismo e democrata, Mays Abu Gosh, foi condenada a 16 meses de prisão em um julgamento político persecutório cometido pelo Estado sionista de Israel no dia 3 de maio. A jovem de 29 anos foi presa em 29 agosto de 2019 no território ocupado da Cisjordânia, e foi submetida a diversas sessões de torturas nos porões de Israel, sob a alegação de “portar um Coquetel Molotov” e ter suposta “associação ilegal” com a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).
De acordo com o grupo de direitos dos prisioneiros Addameer, forças israelenses fortemente armadas, membros da unidade contra-terrorismo da Polícia de Fronteira invadiram a casa da família de Mays. Escoltados por cães de segurança, os agentes da repressão saquearam o local, danificaram os pertences da família, confiscaram laptops e celulares antes de arrastar a estudante de 23 anos de idade de sua casa para um jipe do exército.
Um relatório publicado pela Addameer relata ainda detalhes sobre os criminosos ataques contra a jovem estudante.
Segundo o documento, os soldados xingaram Mays, a humilharam e a ameaçaram de estupro enquanto transferiam a jovem através do posto de controle militar de Qalandiya. Além disso, durante os interrogatórios do Shin Bet, agência de segurança interna de Israel, no complexo russo de Jerusalém, Mays também foi submetida a “severas torturas físicas e psicológicas e maus-tratos” por cerca de um mês.
Sahar Francis, diretor geral da Addameer, que também é advogada de Mays denunciuou ainda que a jovem foi proibida de ter acesso a aconselhamento jurídico por mais de duas semanas.
Três semanas depois que Mays foi detida violentamente, seus pais a visitaram. “Diante de nós ela parecia forte e resistente. Mas nós sentimos que por dentro ela era diferente. Ficamos perguntando a ela o que havia acontecido. Ela se recusou a nos contar e seus olhos estavam lacrimejando, contou Mohammed, pai da estudante.
Um dos irmãos de Mays, Suleiman, de 18 anos, foi preso duas vezes no ano passado e mantido em prisão administrativa e submetido a encarceramento nas masmorras de Israel sem julgamento por um total de 8 meses.
Já o outro irmão da jovem, Hussein, foi morto por forças policiais israelenses.