Israel impede a entrada de doses de vacina contra Covid na Faixa de Gaza

Israel impede a entrada de doses de vacina contra Covid na Faixa de Gaza

O genocida primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebendo a segunda dose da vacina contra Covid-19, 09/01/2021. Foto: AP.

Além de negar a vacinação da população palestina que vive nos territórios ocupados, Israel agora impediu a entrada de 2.000 doses da vacina russa Sputnik V contra o coronavírus na Faixa de Gaza. O caminhão carregado de vacina foi parado no posto comercial da cidade de Beitunia, na Cisjordânia, onde forças israelenses o impediram de continuar o trajeto por alegarem que o pedido para a transferência do imunizante ainda estaria “sendo processado”. 

As doses eram destinadas a profissionais de saúde que atuam na linha de frente no território, que vive sob bloqueio de Israel e Egito há mais de uma década, desde 2007, e nesse curso de tempo sofreu três ofensivas militares israelenses de grande escala, que contribuíram para debilitar ainda mais a já degradada situação social do território sitiado. 

O grupo autodenominado Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que governa Gaza e encabeça a luta de Resistência Nacional na região, declarou no dia 16 de fevereiro que o bloqueio das vacinas representa “um crime real e uma violação de todas as leis internacionais e padrões humanitários”, por meio do seu porta-voz, Hazem Qassem.

A Coordenação de Atividades Governamentais nos Territórios (Cogat), unidade do Ministério da Defesa israelense responsável por administrar os “assuntos civis” nos territórios palestinos ocupados, confirmou que a Autoridade Palestina (AP), que administra parte da Cisjordânia, havia solicitado a transferência das doses para Gaza, mas que o pedido estava “esperando por uma decisão política”.

Tal decisão parte diretamente do parlamento israelense (Knesset), onde, no dia 15/02, os legisladores de Israel debateram permitir a entrada das vacinas em Gaza apenas em troca de concessões com o Hamas, brincando com as centenas de vidas palestinas em jogo.

Paralelamente, Israel vem realizando uma das campanhas de vacinação mais rápidas e eficientes do mundo, com um dos melhores índices de imunização per capita: a cada 100 pessoas, 74 doses administradas. Isso evidencia o sistema de Apartheid étnico que rege uma nação ocupada, em que uma parcela da população é completamente negada dos direitos usufruídos pelos colonos.

Os especialistas do direito internacional afirmam que a quarta Convenção de Genebra é específica sobre o dever da potência ocupante de fornecer assistência médica, mas Israel não assume sua ocupação nos territórios palestinos.

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