Drone do Exército israelense. Foto: Amir Cohen/Reuters
Nos dias 24, 25 e 26 de agosto foram registrados diversos flagrantes e ataques de drones e caças israelenses no Líbano, na Síria e no Iraque, ao que o governo sionista afirma que os alvos foram selecionados por serem “forças aliadas do Irã”. Ataques aéreos como esses, de Israel contra países árabes, foram raros nos anos recentes.
O facínora primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tentou justificar suas agressões com a declaração de que a intenção dos ataques era de “prevenir ataques do Irã” contra o Estado de Israel. É sabido, no entanto, que Israel é o principal aliado do USA e um dos mais acirrados rivais do Irã na região do Oriente Médio. Além disso, Netanyahu demarcou bem clara sua posição ao proferir diversas ameaças nos últimos meses como, por exemplo, de que seus aviões “podem chegar a todos os lugares do Oriente Médio, incluindo o Irã e, certamente, a Síria”.
Ataques no Líbano
No dia 25, um avião não tripulado do aparato bélico das Forças Armadas de Israel caiu em um bairro de periferia ao sul de Beirute, capital libanesa, atingindo o prédio onde ficava um dos centros de comunicação do Hezbollah. Em seguida, outro drone explodiu no ar e caiu próximo ao primeiro. Ambos tombaram em território controlado pelo Hezbollah, o que foi entendido tanto pelo grupo quanto pelo governo libanês como uma declaração de guerra e uma violação flagrante da soberania da nação.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que os drones estavam em uma “missão suicida” cuja intenção era a de caírem e explodirem, e que revidará os ataques e derrubará qualquer drone israelense que violar o espaço aéreo do Líbano.
Depois, na manhã do dia 26, jatos do Exército de Israel realizaram três ataques aéreos seguidos contra uma base palestina localizada na aldeia de Qusaya, no leste do Líbano, próximo à fronteira com a Síria. Segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano, a base atacada pertence à Frente Popular de Libertação da Palestina – Comando Geral (FPLP-CG), aliada do Hezbollah.
Bombardeios na Síria
No dia 24 ocorreu o primeiro ataque do Exército de Israel contra grupos armados apoiados pelo Irã, na Síria. Um avião bombardeou alvos em Aqrabah, perto da capital Damasco, identificados pelas Forças de Defesa israelense como milícias xiitas ligadas ao Irã, a Quds Force, chefiada pelo major-general Qassem Soleimani.
No entanto, o Hezbollah anunciou que o alvo era, na realidade, uma de suas bases, e que dois de seus combatentes foram mortos como resultado da ação.
Iraque
Também no dia 25, no mesmo dia em que aconteceram os ataques a drone em Beirute, foram relatadas ofensivas na área de fronteira entre o Iraque e a Síria contra o grupo paramilitar Hashd al-Shaabi, também conhecido como Força de Mobilização Popular do Iraque (FMP), apoiada pelo Irã, na cidade de al-Qaim.
O FMP acusou Israel de ter perpetrado um ataque utilizando dois drones, que atingiram um depósito de armas e levaram à morte um de seus combatentes, além de ferir outro gravemente. Os representantes do FMP foram recebidos pelo presidente iraquiano, Barham Salih, e pelo primeiro-ministro para discutir a situação provocada pelas recentes incursões do Exército sionista e suas violações à soberania iraquiana.
Mais tarde, na segunda-feira, a FMP declarou ter avistado outro drone sobrevoando uma de suas bases na província de Nínive, no norte do país, e que teria sido abatido com armamento antiaéreo.
Destroços causados por ataque israelense na fronteira do Iraque com a Síria. Foto: Hashd al-Shaabi Media/AFP