Assentamento “Colina Trump” nas Colinas de Golã, território sírio sob ocupação colonial-sionista. Foto: Tanya Habjouqa/NBC News
No dia 14 de junho, o governo sionista de Israel aprovou um financiamento de 8 milhões de shekels (quase R$ 12,2 milhões) a fim de construir um colonato nas Colinas de Golã com o nome de Trump Heights (Colina Trump), em uma homenagem ao ultrarreacionário Donald Trump, presidente do Estados Unidos (USA) que expressa a completa submissão e o papel de lacaio de Israel frente ao imperialismo ianque.
O gabinete israelense anunciou em um comunicado que “a iniciativa de estabelecer um novo assentamento nas Colinas de Golã com o nome do presidente Donald Trump expressa gratidão por seu trabalho para o Estado de Israel e as Colinas de Golã”. A decisão foi anunciada pela primeira vez após o presidente ianque decidir reconhecer as Colinas de Golã como território israelense, em março de 2019.
É evidente que, às vésperas da anexar uma grande fração do território da Cisjordânia, Israel também está adulando o imperialismo ianque pelo apoio deste ao seu projeto colonial-sionista.
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Apesar de serem internacionalmente reconhecidas como território da Síria, as Colinas de Golã começaram a ser ocupadas pelos sionistas durante a ofensiva conhecida como “guerra dos seis dias” em 1967. Nos 700 quilômetros quadrados das Colinas de Golã vivem mais de 40 mil pessoas, das quais a maioria é formada por drusos sírios, alauitas e também palestinos, e hoje estima-se haver 26 mil judeus vivendo nos colonatos criminosos construídos no decorrer das últimas décadas.
O colonato onde será estabelecida a “Colina Trump” já existe há mais de 30 anos: chama-se Qela e hoje abriga aproximadamente 300 judeus. O projeto habitacional será construído no bairro de Qela chamado Bruchim, onde moram cerca de uma dúzia de pessoas, apenas. O ministro que dirige os assentamentos ilegais de Israel, Tzipi Hotovely, afirmou que mais de 300 famílias judias devem se mudar para o colonato nos próximos meses.
A decisão de Trump de reconhecer as Colinas de Golã como parte de Israel se seguiu à de mudar a embaixada ianque em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, historicamente reconhecida como a capital da Palestina, em 2018.
No dia 14, Netanyahu também declarou sua gratidão à Trump e ao secretário de Estado ianque, Mike Pompeo, pela recente decisão de impor indecentes sanções contra qualquer funcionário do Tribunal Penal Internacional que investiguem ou processam agentes do imperialismo ianque e processem crimes de guerra e genocídio sem serem antes autorizadas pelo próprio USA.
Netanyahu declarou que “o tribunal faz acusações absurdas contra o Estado de Israel, incluindo a alegação escandalosa de que a existência de judeus no coração de nossa terra [referência à Cisjordânia] constitui crime de guerra”.