Reproduzimos um artigo do The Palestine Chronicle, cujo Editor é o conselheiro editorial de AND, Ramzy Baroud.
O New York Times revelou nessa quarta-feira novos detalhes sobre como Israel manipulou dispositivos de comunicação que explodiram, resultando na morte e ferimentos de vários cidadãos libaneses.
Segundo o jornal, autoridades informadas revelaram que Israel escondeu explosivos dentro de um carregamento de pagers taiwaneses que foram importados para o Líbano.
Citando “um americano e outras autoridades”, o jornal relatou que “os pagers, que o Hezbollah havia encomendado da Gold Apollo em Taiwan, foram adulterados antes de chegarem ao Líbano”.
“Às 15h30 no Líbano, os pagers receberam uma mensagem que parecia vir da liderança do Hezbollah”, afirmou o relatório, acrescentando que “a mensagem ativou os explosivos”.
As autoridades teriam declarado que o Hezbollah havia encomendado mais de 3.000 dispositivos de comunicação da empresa taiwanesa Gold Apollo, e pequenas cargas explosivas foram colocadas perto das baterias de cada dispositivo.
“Não estava claro na terça-feira quando exatamente os pagers foram encomendados e quando eles chegaram ao Líbano”, de acordo com o New York Times.
As autoridades também teriam confirmado que os dispositivos foram distribuídos a membros do Hezbollah em todo o Líbano, bem como a alguns aliados no Irã e na Síria.
O jornal também conversou com especialistas independentes em segurança cibernética “que estudaram as filmagens dos ataques e disseram que ficou claro que a força e a velocidade das explosões foram causadas por um tipo de material explosivo”.
“Esses pagers provavelmente foram modificados de alguma forma para causar esses tipos de explosões — o tamanho e a força da explosão indicam que não foi apenas a bateria”, disse Mikko Hypponen, especialista em pesquisa da empresa de software WithSecure e consultor de crimes cibernéticos da Europol.
O relatório também sugere que, no início deste ano, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, “ limitou rigorosamente o uso de celulares, que ele via como cada vez mais vulneráveis à vigilância israelense ”.
Mais relatórios
Outros relatos da mídia também confirmaram a responsabilidade de Israel.
A CNN citou fontes dizendo que as explosões de pagers no Líbano foram parte de uma operação conjunta entre o Mossad e o exército israelense.
“A CNN soube que Israel estava por trás das explosões como parte de uma operação conjunta entre o serviço de inteligência israelense (Mossad ) e o exército israelense”, informou o canal de notícias americano.
Por sua vez, o Wall Street Journal, citando fontes bem informadas, informou que os dispositivos de comunicação comprometidos faziam parte de uma remessa recente recebida pelo Hezbollah.
O Ministério da Saúde libanês declarou na quarta-feira que entre 2.750 e 2.800 feridos chegaram aos hospitais em meia hora.
O número de mortos agora subiu para 12, incluindo duas crianças, de acordo com o ministério. O número de ferimentos graves chegou a cerca de 300, enquanto 460 cirurgias foram realizadas até agora, principalmente nos olhos e no rosto.
Tradução por Liège Saboya.