Israel se recusa a devolver corpo de jovem palestino assassinado pelas forças da ocupação e outros 63 cadáveres

Israel se recusa a devolver corpo de jovem palestino assassinado pelas forças da ocupação e outros 63 cadáveres

“Justiça para Ahmed”: O corpo de Ahmad Erakat está sendo mantido refém por Israel há mais de três semanas na Universidade de Tel Aviv, junto a outros 63 palestinos. 

Mais de três semanas depois de executar o jovem palestino Ahmad Mustafa Arekat, as forças da ocupação israelense continuam a recusar os pedidos de devolução do seu corpo para a sua família. O cadáver de Ahmad está sendo retido em um laboratório médico na Universidade de Tel Aviv junto a outros 63 cadáveres de palestinos, segundo uma denúncia do Instituto para o Entendimento do Oriente Médio (Imeu, sigla original para Institute for Middle East Understanding).

No dia 13 de julho, 83 organizações da sociedade civil palestina, regional e internacional de 16 países diferentes apresentaram em conjunto um apelo urgente sobre o seu assassinato e exigindo justiça para Ahmad, que foi entregue aos Procedimentos Especiais das Nações Unidas (ONU). 

Ahmad, um jovem de 26 anos, foi executado a tiros por soldados israelenses em 23 de junho enquanto atravessava o posto de controle militar Container, um dos muitos entraves coloniais impostos por Israel que cerceiam o direito de circulação dos palestinos. Ahmad teria acelerado bruscamente seu veículo, ao que os soldados responderam desproporcionalmente, atirando contra ele.

O jovem foi deixado sangrando no chão ao lado de seu veículo por mais de uma hora e meia, enquanto os soldados do posto de controle negavam seu acesso a cuidados médicos, mesmo havendo uma ambulância israelense no local. Além disso, eles ainda impediram a chegada até o local de uma ambulância da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, mostrando completa negligência ao ferido.

A família Erekat, indignada pela perda de Ahmad e por não poder exercer seu direito de enterrar o morto e dar-lhe um funeral apropriado, lançou um comunicado à imprensa para expor a verdadeira sucessão dos eventos e combater a narrativa do sionismo, que busca incriminar suas vítimas, como de praxe, afirmando que Ahmad teria tentado atacar os soldados do posto. 

Nesse comunicado, a família de Ahmad exige a libertação imediata de seu corpo, bem como dos outros 63 palestinos assassinados por Israel que continuam retidos, e o lançamento de todas as imagens de vídeo e áudio gravadas no posto de controle, que mostram vários ângulos do momento do assassinato de Ahmad. 

Obrigado a seguir as exigências dos Erakat, o Exército israelense divulgou as imagens obtidas no posto de controle, que expõem claramente que Ahmad estava desarmado e levantando as mãos no ar, não apresentando qualquer ameaça às pessoas presentes, e que sua morte tratou-se, de fato, de um assassinato a sangue frio.

De acordo com o Imeu, há uma lei israelense que autoriza que corpos de palestinos sejam retidos “indefinidamente”. Em 1 de janeiro de 2017, o Gabinete de Segurança aprovou uma resolução intitulada “Política Uniforme de Manuseio de Organismos Terroristas”, que determina que “os corpos dos terroristas serão devolvidos sujeitos a condições restritivas estabelecidas pelos oficiais de segurança”, consolidando o uso de palestinos mortos como moeda de barganha para o sionismo. 

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