Barco com brasileiro e outros ativistas que levavam ajuda à Gaza é bombardeado por Israel

Os ativistas, entre eles o brasileiro Thiago Ávila, estavam na região de Malta, no Mar Mediterrâneo, em direção à Palestina, quando foram bombardeados. Nenhum ativista morreu e o incêndio já foi controlado, apesar dos graves impactos do ataque israelense. 

Barco com brasileiro e outros ativistas que levavam ajuda à Gaza é bombardeado por Israel

Os ativistas, entre eles o brasileiro Thiago Ávila, estavam na região de Malta, no Mar Mediterrâneo, em direção à Palestina, quando foram bombardeados. Nenhum ativista morreu e o incêndio já foi controlado, apesar dos graves impactos do ataque israelense. 

Em mais uma ação terrorista, as Forças de Ocupação israelenses atacaram com drones explosivos uma embarcação da Flotilha da Liberdade, organização internacional de ativistas empenhados em levar suprimentos para o povo palestino. Os ativistas, entre eles o brasileiro Thiago Ávila, estavam na região de Malta, no Mar Mediterrâneo, em direção à Palestina, quando foram bombardeados. Nenhum ativista morreu e o incêndio já foi controlado, apesar dos graves impactos do ataque israelense. 

“Às 00h23, horário de Malta [19h23 de quinta feira, horário de Brasília], o ‘Conscience’, um barco da Flotilha da Coalizão pela Liberdade, foi atacado diretamente em águas internacionais”, afirmou a organização. A Flotilha exigiu a convocação dos embaixadores israelenses para que “respondam pelas violações do direito internacional, incluindo o bloqueio em curso e o bombardeio de nossa embarcação civil em águas internacionais”. 

O jornal A Nova Democracia entrou em contato com o Ministério de Relações Exteriores do Brasil para conseguir uma posição sobre o caso, mas não obteve resposta.

Os bombardeios geraram um incêndio no convés do barco, consumindo seu material e elevando os riscos de afundamento. Foi então que a embarcação emitiu um chamado de socorro, que só foi atendido pelo Chipre. Os governos de Malta, Grécia e Itália ignoraram o pedido de ajuda.. 

Thiago Ávila recebe ameaças identificadas como Mossad – A Nova Democracia
A ameaça foi enviada através de um documento impresso, com texto em árabe, logotipo do serviço de inteligência e a foto do diretor da Mossad, David Barnea.
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Segundo as informações, às 1h28 o incêndio se encontrava controlado e outra embarcação foi enviada para apoiar no controle das chamas. Foi somente às 3h45 que a tripulação soube que estava segura, sem correr mais risco de afundamento.  

A embarcação carrega 23 voluntários de 13 países. Além de Ávila, a ativista sueca Greta Thumberg também está na embarcação que ousou furar o criminoso bloqueio de ajuda humanitária ao povo de Gaza.

Bombardeio intencional

O bombardeio foi deliberado. Aviões militares israelenses sobrevoaram por horas a embarcação antes do bombardeio, segundo informações do jornal Times of Malta. Um vídeo apurado pelo jornal mostrou que o avião C-130 Hercules realizou “uma série de manobras sobre o Banco de Hurd, a leste da ilha, a uma altitude relativamente baixa de cerca de 1.500 metros”. 

Fogo sobre o Mármara: o ataque israelense à Flotilha da Liberdade – A Nova Democracia
O documentário Fogo sobre o Mármara deDavid Segarra (também participante da expedição) produzido pela rede TeleSUR, é construído de maneira muito
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Nos últimos anos, o regime israelense também já ameaçou a Flotilha da Liberdade indiretamente. Segundo Thiago Ávila, uma lista de integrantes da Flotilha que vazou em 2024 foi divulgada na imprensa israelense como nomes de “terroristas” que deveriam ser detidos. O caso foi relembrado pelo ativista quando ele recebeu uma ameaça assinada pelo Mossad, no início deste ano.

Essa também não é a primeira embarcação da Flotilha da Liberdade que é atacada durante uma missão de solidariedade ao povo palestino. Em 2010, as Forças Armadas terroristas de Israel bombardearam o barco “Mavi Marmara” em águas internacionais, matando 10 ativistas turcos e fazendo os outros tripulantes prisioneiros.

Na ocasião, o ataque também foi deliberado. Primeiro, os militares israelenses anunciaram que não deixariam o barco chegar a Gaza. Durante a noite, os ativistas começaram a perceber drones israelenses circulando a flotilha. A situação começou a escalar quando os radares detectaram três barcos de guerra israelenses. Assim como em 2025, os ativistas tentaram conseguir ajuda, mas foram ignorados pelos imperialistas. Os jornalistas tentaram transmitir o cerco ao vivo, mas perceberam que o sinal estava sendo derrubado por Israel. De repente, lanchas sionistas saíram dos barcos de guerra em direção à flotilha, mas foram repelidas por objetos lançados pelos ativistas. Na madrugada, um helicóptero se aproximou e começou a disparar contra a flotilha enquanto militares sionistas desciam até a embarcação. Alguns deles foram derrubados no mar e outros foram capturados pelos ativistas, mas, ao final do conflito, os israelenses sequestraram a embarcação até Israel e roubaram e destruíram os pertences dos ativistas. Em Israel, os ativistas ainda foram presos, mas acabaram liberados por conta de multitudinários protestos em rechaço ao ato terrorista sionista.

De acordo com as informações, alguns membros da embarcação “Conscience” são filhos de ativistas assassinados na “Mavi Marmara”. O caso de 2010 repercutiu bastante na época e chegou a virar um documentário, chamado Fogo sobre o Mármara.

Cerco ilegal

Israel impõe um bloqueio brutal ao povo de Gaza desde 2007, restringindo o acesso à água, comida, eletricidade e qualquer outro bem fundamental para a subsistência humana. Contudo, após a invasão à Faixa de Gaza de outubro de 2023, o bloqueio tomou contornos mais agravantes, impedindo a entrada de qualquer recurso e ameaçando aqueles que se propõe a ajudar a população palestina. Em 2 de março, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich,afirmou que não deixaria “nem mesmo um grão de trigo” entrar em Gaza. 

As Forças da Resistência Nacional Palestina se solidarizaram com os ativistas. Em nota, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) classificou o crime israelense como “uma nova forma de pirataria sionista”, ressaltando que a complacência internacional, sobretudo ao não fornecer resgate no momento do incêndio, é uma violação direta aos valores humanos. 

Já o movimento Hamas elogiou a firmeza dos ativistas em defender a causa palestina, mesmo se colocando em risco, colocando que o único culpado pelo ataque é o governo fascista de Israel. Os movimentos de resistência convocaram os progressistas, democratas e revolucionários do mundo a elevar ainda mais sua campanha de defesa do povo palestino e denunciar ativamente esse crime contra a solidariedade internacional.   

O diretor de operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Pascoal Hundt, condenou o ataque: “Isso não deve ser aceito e a situação não pode se deteriorar ainda mais. Israel tem a responsabilidade de fazer todo o possível para garantir que os civis sob seu controle recebam as condições básicas de que necessitam”.

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