Trabalhadores de diferentes fábricas na Itália se recusaram a trabalhar em meio à crise agudizada pelo novo coronavírus. No dia 17 de março, cerca de 400 trabalhadores do monopólio Amazon entraram em greve e se recusaram a ir para a fábrica em meio ao surto do coronavírus no país.
Trabalhadores do armazém dessa corporação, em Piacenza, entraram em greve no dia 17/03 após a empresa determinar que o seu lucro era mais importante que a vida dos trabalhadores, não encerrando a produção no país. O fundador da Amazon, Jeff Bezos, é considerada a pessoa mais rica do mundo e, em contrapartida, sua empresa é mundialmente conhecida pelas péssimas condições de trabalho, pagamentos miseráveis e longas jornadas de trabalho. Cerca de 400 trabalhadores entraram em greve na fábrica de 1.100 empregados.
Já no dia 12/03 construtores navais na Ligúria, no Norte, entraram em greve (que se espalhou para outros estaleiros da empresa na península) sendo que os trabalhadores siderúrgicos na Apúlia, no Sul, também paralisaram suas produções por dez dias, devido à falta de materiais e equipamentos de proteção.
No dia 11 de março, no grupo FCA (resultado da fusão da Fiat com a Chrysler) trabalhadores da fábrica entraram em greve em Termoli (Molise) e outras três fábricas do Sul, nas cidades de Melfi, Cassino e Atessa. Também, no mesmo dia, 450 trabalhadores da fábrica de roupas da marca Corneliani entraram em greve.
Os trabalhadores da FCA (Termoli) afirmaram que só encerrariam a greve quando a empresa paralisar e pagar os salários dos trabalhadores: “Não podemos perder mais os nossos salários por um direito inalienável: fazer da nossa saúde e segurança coletiva a prioridade máxima”.
O jornal do monopólio La Repubblica relatou, ainda, greves em uma siderurgia em Terni e nos estaleiros de Marghera (Veneza); também acontece uma greve no porto de Gênova por estivadores reclamando que nada havia sido feito para limpar seus equipamentos ou os proteger do vírus. Paralelamente a este tipo de exigência (segurança no local de trabalho), os trabalhadores exigiram uma paralisação parcial ou total até que a crise atenuasse.
No dia 10, os trabalhadores da fábrica de automóveis Fiat, em Pomigliano, perto de Nápoles, foram os primeiros entrar em greve.
Tais greves e paralisações operárias apontam para a tendência política do momento em todo o mundo: crescimento vertiginoso da luta de classe espontânea das massas em defesa de seus direitos, seja por razões sanitárias ou econômicas, estes últimas que se tornarão mais acentuadas com a grande recessão que destroçará a economia imperialista nos próximos trimestres.
Trabalhadores italianos entram em greve em diversas fábricas no país, em meio à crise social e sanitária. Foto: SiCobas