Protestos combativos irromperam em Nápoles, no dia 23 de outubro, após a região ameaçar um novo lockdown frente à ascensão dos casos de coronavírus e não dar nenhuma alternativa de sobrevivência aos trabalhadores. Diante da iminência do aprofundamento da crise econômica, a juventude saiu às ruas e resistiu à repressão policial com garrafas e barricadas em chamas.
Em meio à violência das forças de repressão e às tentativas de dispersar o protesto, os manifestantes atacaram viaturas com bastões de beisebol e outros objetos foram jogados contra os policiais que utilizavam gás lacrimogêneo.
Centenas de manifestantes também marcharam em direção à sede do governo local segurando uma faixa na qual estava escrito: Você nos fecha, você nos paga! Alguns manifestantes incendiaram lixeiras ao longo da Via Santa Luca, bloqueando também os carros dos bombeiros.
A revolta popular se dá no contexto da atual crise de superprodução do imperialismo em meio à sua crise geral, aprofundada após o lockdown de dois meses devido à pandemia de Covid-19, que conduziu o país à pior recessão pós-guerra. Nos primeiros meses de lockdown a miséria para as massas foi tamanha que em bairros pobres diversos confiscos (mal chamados de “saques”) a supermercados foram realizados pelas massas famintas.
Centenas de pessoas protestam contra a crise e constroem barricadas em fogo em Nápoles. Foto: EPA
Centenas de pessoas protestam contra a crise em Nápoles. Foto: EPA
Um container de lixo é incendiado em frente à sede do governo da Região da Campânia. Foto: STRINGER/EPA-EFE/REX/Shutterstock.