Com o caos gerado pela crise de superprodução e do coronavírus na Itália, um dos países mais atingidos pela infecção, no último mês de março, muitos moradores de bairros pobres têm recorrido a saques em supermercados para ter o que comer.
De acordo com o monopólio da imprensa La Repubblica, na última semana de março, um grupo de moradores correu de um dos supermercados de Palermo sem pagar. “Nós não temos dinheiro para pagar, nós precisamos comer”, gritaram aos caixas.
Outro jornal do monopólio da imprensa, Il Corriere della Sera, noticiou que em outras cidades da Sicília, onde pequenos proprietários ainda podem abrir seus negócios, eles estão sendo pressionados pela população a distribuir comida, uma vez que o povo não tem dinheiro para pagar.
Diante dessa situação, a resposta do Estado imperialista italiano foi a repressão. Foi enviada a polícia com bastões e armas para proteger os capitalistas da Sicília. Quatro policiais faziam segurança em frente às entradas de um supermercado em Palermo segundo um repórter da AFP.
Giuseppe Provenzano, ministro italiano que supervisiona as regiões do sul, disse ao La Repubblica: “Tenho medo de que as preocupações compartilhadas por grande parte da população – sobre saúde, renda, futuro – se transformem em raiva e ódio se esta crise continuar”.
O Estado burguês italiano quer agora distribuir 400 milhões de vale-alimentação para o povo, mas ao mesmo tempo parece perceber que não é o suficiente. Com mais de 10 mil mortes, a economia do país está em colapso cada vez mais devido ao toque de recolher e ao fechamento de todas as empresas e fábricas não essenciais. Como resultado, milhões de pessoas não têm renda.
Os novos desempregados e estudantes que não se vêem formados e no mercado de trabalho tão cedo, durante a crise econômica, social e sanitária agudizada pelo novo coronavírus, estão sendo chamados pelo monopólio de imprensa e pela população em geral como “os novos pobres”.
Cestas solidárias com comida são colocadas por moradores em bairros pobres na Itália, no dia 30 de março. Fonte: Ciro de Luca, Reuters