Itália: Navio com 134 imigrantes fica à deriva por causa da crise política

Itália: Navio com 134 imigrantes fica à deriva por causa da crise política

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Um navio com 134 imigrantes está há 18 dias no oceano enfrentando intempéries climáticas e falta de mantimentos devido a um impasse político entre o extrema-direitista Matteo Salvini e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.

Salvini, vice primeiro-ministro que utiliza a crise imigratória e o discurso chauvinista como forma de impulsionar sua carreira política, ordenou às “autoridades” que proibissem o desembarque dos imigrantes libaneses a bordo da embarcação europeia Open Arms, em oceano italiano. 

De acordo com advogados, psicólogos e colaboradores a bordo do Open Arms, a situação no barco é crítica. Nas últimas horas, 13 pessoas, algumas seriamente traumatizadas e outras que precisam de atenção médica, foram retiradas do navio espanhol. 

O psicólogo a bordo, Alessandro di Benedetto, explicou ao jornal El País que as últimas evacuações causaram um efeito devastador nos passageiros: “Nas últimas horas a situação, que em si é dramática, tornou-se insustentável e corremos o risco de viver uma tragédia”, disse por telefone. “Registramos comportamentos agressivos entre alguns passageiros, por causa do desespero”.

“Os náufragos vivem amontoados uns sobre os outros. Há apenas dois banheiros químicos e, muitas vezes, os náufragos são obrigados a fazer suas necessidades fisiológicas onde dormem e comem”, ressaltou um comunicado da médica Katia Valeria Di Natale, do Corpo Italiano de Resgate da Ordem de Malta.

Apesar de o próprio primeiro-ministro e um tribunal italiano concordarem com o desembarque, Salvini permitiu que apenas 27 menores de idade desembarcassem, restando ainda 107 imigrantes e 19 voluntários a bordo.

O navio havia resgatado 147 pessoas do Mar Mediterrâneo, entretanto, 12 pessoas foram levadas a desembarcar por necessitarem de atendimento médico urgente.

Apesar de ser uma nação com longa história, o Líbano foi submetido à dominação estrangeira e foi colônia francesa até 1946, fato que condicionou o seu atraso econômico. Além disso, o Líbano foi recentemente bombardeado massivamente e invadido pelo Estado sionista de Israel, fato que destruiu sua infraestrutura.

A economia atual do país é densamente endividada e dependente dos chamados “financiamentos externos”, ou seja, submetida ao mais feroz domínio imperialista. O comércio libanês é uma das principais fontes de geração de riqueza interna, enquanto a indústria praticamente não existe, limitando-se à estocagem e embalagem de produtos importados de indústria estrangeiras. Tal estrutura herdada da dominação colonial europeia gera uma miséria grande entre as massas, desemprego e miséria que, aguçadas pelas guerras e invasões, fomenta um amplo movimento de migração à Europa.

Navio Open Arms tem 134 imigrantes a bordo. Foto: Guglielmo Mangiapane/Reuters

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