Em operação, PM destrói roças e tortura camponeses
O jovem camponês de 21 anos, Lucas Lima Batista que lutava por um pedaço de terra na Área Revolucionária Jhone Santos foi encontrado morto perto da mesma, localizada no município de Vilhena, Rondônia.
Em nota, a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) destaca que Lucas, nascido no munícipio de Jaru (RO), era um filho do povo que, desempregado, se uniu à luta pela terra, sonhando com um lote para poder viver com dignidade.
A nota da LCP não teme em expor os assassinos do jovem, acusando primeiramente o latifundiário Heládio Cândido Senn, conhecido como Nego Zen, e seus bandos armados de terem tirado a vida de Lucas. Conhecido pelos suas práticas criminosas e conluios com a pistolagem, Nego Zen já apareceu nas páginas de nosso jornal, quando em 2014 comandava pessoalmente um bando de pistoleiros armados em uma série de ataques ao acampamento Gilson Gonçalves, ocasião em que sequestrou e torturou dois camponeses. Nego Zen seria preso por cárcere privado em setembro daquele ano com um arsenal de quatro armas de fogo ilegais em sua posse.
A LCP aponta também que o assassinato de Lucas ocorreu logo após uma operação da polícia militar comandada pessoalmente pelo coronel Ronaldo Flôres, comandante geral da Polícia Militar (PM) de Rondônia, contra a Área Jhone Santos.
‘”Junto aos policiais estavam pistoleiros do latifundiário Nego Zen. Na operação atacaram as famílias covardemente, mantiveram os camponeses sob ameaça de armas de fogo até tarde da noite, queimaram suas roças, pertences, barracos e casas, torturaram ao menos uma mulher e um jovem.”, denunciou a LCP.
Em sua nota, os camponeses expõem como o assassinato de Lucas segue o modus operandi dos bandos armados de pistoleiros e do latifúndio que aplicam o terror contrarrevolucionário contra a luta camponesa e que seguem “apoiados, protegidos e acobertados pela cúpula da área de segurança do Estado”.