Juízes de alto coturno são flagrados vendendo sentenças; crise abala judiciário peruano

Juízes de alto coturno são flagrados vendendo sentenças; crise abala judiciário peruano

Uma grande crise política e moral abala o velho Estado peruano. Na segunda quinzena de julho, foram vazados áudios telefônicos de juízes vendendo sentenças para notórios criminosos. O centro da quadrilha, que promovia tráfico de influência, suborno e outros crimes, encontrava-se no Conselho Nacional da Magistratura (CNM), responsável por supervisionar a atividade do judiciário nacional.

Diversos funcionários do judiciário renunciaram a seus cargos após o escândalo, entre eles o presidente da Suprema Corte, Durbelí Rodriguez (no dia 19), que teve seu assessor flagrado conversando com um membro da quadrilha de toga. Um dia depois, todos os sete conselheiros do CNM foram destituídos e o organismo foi dissolvido. Outros cinco juízes da Corte Superior de Justiça de Callao também foram destituídos por envolvimento na máfia.

Após as denúncias, além dos juízes e do presidente da Suprema Corte, o ministro da justiça, Salvador Heresi, também renunciou, no começo da quinzena por ser flagrado em um áudio com membros da quadrilha. Um juiz não identificado foi preso e outro está impedido de sair do país.

Até mesmo o novo Procurador-Geral, Pedro Gonzalo Chavárry, que assumiu o cargo no dia 20/07, está comprometido em um áudio em que parece pedir favores ao juiz do Supremo, César Hinostroza, um dos acusados do escândalo de venda de sentenças.   

Ante tamanha podridão, milhares de manifestantes protestaram na capital do país, Lima, na noite de quinta-feira 19/07. Outros protestos ocorreram nas cidades de Tecna, Arequipa, Puno, Cuzco, Ayacucho e Cajamarca.

Protestos em Lima contra o judiciário peruano 

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