Latifundiário responsável por tentativa de massacre comanda ataques da PM contra camponeses

Latifundiário responsável por tentativa de massacre comanda ataques da PM contra camponeses

Fazenda Norte América fica em Capitão Enéas — Foto: Juliana Peixoto/G1

No último dia 23/01, policiais militares, comandados pessoalmente pelo latifundiário Leonardo Andrade, invadiram o Acampamento “Recanto das Águas” organizado pela Frente Nacional de Lutas (FNL), na Fazenda Norte América, localizada no município de Capitão Enéas. Os policiais ameaçaram de prisão a coordenadora do acampamento quando esta exigiu que fosse apresentado o mandado judicial e agrediram fisicamente um camponês.

Menos de uma semana após o primeiro ataque, no dia 29/01, conforme denuncia a liderança da FNL, “cinco viaturas comandadas pelo tenente-coronel Romulo Gonçalves, comandante de Operações Especiais do 50º Batalhão de Montes Claros, invadiram o acampamento, sem mandado judicial e prenderam cinco companheiros”.

Na madrugada do dia seguinte, estes mesmos policiais, valendo-se de um documento sem validade legal invadiram o acampamento, destruindo e queimando as roças e barracos das famílias. Um representante da Coordenação Nacional da FNL denuncia que “toda a ação dos policiais é ilegal, pois a área em que os camponeses estão acampados está fora do perímetro estabelecido na reintegração de posse e a juíza Soraya Brasileiro Teixeira agiu de má fé contra os trabalhadores”.

O movimento afirma ainda que “estamos temerosos de que um novo massacre se repita em Capitão Enéas, mas não vamos abrir mão de lutar pelo nosso direito de trabalhar e produzir”.  

Tentativa de massacre

Estas mesmas famílias foram alvo de uma tentativa de massacre comandada diretamente pelo mesmo Leonardo Andrade, no dia 08 de março do ano passado. Na ocasião, as investigações da Polícia Civil comprovaram que Leonardo Andrade reunia-se com outros latifundiários na sede da Sociedade Rural de Montes Claros (organização política regional dos latifundiários), tomando parte de um grupo paramilitar a serviço do latifúndio contra as “invasões de terra”, autointitulado “Movimento Paz no Campo”.

Leonardo Andrade teve o seu mandado de prisão expedido, mas nunca fora preso e, após quase um ano supostamente “foragido”, segue impune pelos crimes de tentativa de homicídio, formação de quadrilha, cárcere privado e tortura, cometendo mais crimes contra os camponeses com a participação e a cobertura da polícia.  

 

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