Latifundiários ameaçam ocupações de terras com incremento da pistolagem

Latifundiários ameaçam ocupações de terras com incremento da pistolagem

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Segundo o jornalista Leandro Mazzini, em coluna na revista IstoÉ, os latifundiários “estão armando seguranças para o confronto caso a PM não intervenha e a Justiça seja morosa nos casos de pedidos de reintegração de posse”. A ameaça é uma resposta a uma onda de tomadas de terras públicas da União griladas por latifundiários, realizada pela Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL).

A FNL, em nota, denunciou estarem ocorrendo “ameaças contra a vida de nossas companheiras e companheiros em ocupações de terra realizadas no Pontal do Paranapanema nos últimos dias de luta, com veículos alvejados, juras de morte e disparos contra os acampamentos”.

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O movimento também denunciou que, em Japorã (MS), “um grupo de bolsonaristas se organizaram a partir de redes sociais para atacar a ocupação de terra realizada pelos militantes da FNL”. “O grupo que se concentrou com caminhonetes e armados agrediu fisicamente de forma violenta companheiros da ocupação e incendiaram os barracos e imóveis da propriedade”, prosseguiu a FNL.

A atuação de bandos paramilitares contra a luta pela terra, embora sempre foi uma constante, tem se generalizado nos últimos anos. Tais grupos são geralmente conformados por policiais militares, pagos por latifundiários, para atuarem fora da lei contra a luta camponesa, realizando execuções, torturas e despejos ilegais. Recentemente, em RO, após denúncia da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), foi desarticulado o esquema de pistolagem encabeçado por um latifundiário local, comprovando a relação umbilical entre as forças de repressão e a pistolagem.

Terras públicas devem ir à ‘reforma agrária’

A FNL explica que a série de tomadas em curso “reivindica terra, trabalho, moradia e educação, através da ocupação de terras que já foram reconhecidas como públicas pela Justiça, porém ainda permanecem abandonadas sem cumprir seu uso social. A distribuição das áreas depende de trâmites sob responsabilidade do Estado e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)”.

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Diante disso, o novo governo do oportunismo terá que fazer uma escolha: agilizar o processo de destinação dessas terras à reforma agrária contemplando as milhares de famílias camponesas em luta; ou unir-se à ofensiva do latifúndio contra a luta pela terra através da omissão ou da colaboração ativa.

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