O índice de suicídios entre os povos indígenas do Brasil é o triplo da média nacional, revelou o relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de 2017. Os números de óbitos por suicídios é de 5,7 a cada 100 mil habitantes, enquanto que entre os indígenas é de 15,2. Ainda alarmante é o fato de que, ao contrário da maioria dos suicídios do Brasil que ocorrem entre adultos de 20 a 39 anos, quase metade dos suicídios entre indígenas ocorrem entre jovens de 10 a 19 anos.
Esse não é um fenômeno novo. Em 2014, por exemplo, o município de São Gabriel da Cachoeira, de maioria indígena e que possui outras línguas oficiais além do português, teve o principal método de suicídio veiculado à prática indígena, como ingestão de ervas venenosas locais. Ainda em levantamento feito em uma década, de 2002 até 2012, o estado do Amazonas, de grande população indígena, teve aumento de 138% no número de suicídios, principalmente entre jovens.
Até mesmo o monopólio de imprensa é obrigado a apontar que os constantes ataques do latifúndio são o motivo para tal situação dramática. Não é à toa que os povos Guarani-Kaiowá, Carajás e Tikunas são os que lideram o número de suicídios entre indígenas. São povos que, justamente, têm visto nos últimos anos as suas terras e toda a sua cultura sob incessante ataque do latifúndio, com apoio do velho Estado.