Latifúndio se movimenta para impôr novo nome à presidência da Câmara em 2025

Com a crescente de lutas camponesas nos últimos anos, os latifundiários têm ampliado a sua atuação oficial e extraoficial para garantir a manutenção do monopólio da terra no País e os benefícios absurdos ao latifúndio, tudo às custas do povo, particularmente dos camponeses pobres, indígenas e quilombolas, e da Nação.
Presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR) é cotado como novo nome para presidência da Câmara.

Latifúndio se movimenta para impôr novo nome à presidência da Câmara em 2025

Com a crescente de lutas camponesas nos últimos anos, os latifundiários têm ampliado a sua atuação oficial e extraoficial para garantir a manutenção do monopólio da terra no País e os benefícios absurdos ao latifúndio, tudo às custas do povo, particularmente dos camponeses pobres, indígenas e quilombolas, e da Nação.

Quase um ano antes da próxima eleição para a presidência da Câmara, o latifúndio já se articula para garantir uma indicação e nomeação suas para o cargo. Segundo o colunista da CNN, Caio Junqueira, parlamentares associados ao latifúndio querem indicar o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR) para o posto hoje ocupado pelo figurão Arthur Lira (PP-AL). A movimentação promete aumentar a já expressiva força política do latifúndio na câmara e conta com apoio da extrema-direita. 

De acordo com Junqueira, os parlamentares vão conversar com Lira nos próximos dias sobre a indicação. Nos bastidores, os latifundiários articulam uma frente com as outras bancadas para fechar com o nome de Lupion. Eles também conseguiram o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que favorece o nome entre parlamentares da extrema-direita.

Isso não significa que não há outros nomes cotados por outros parlamentares, como Elmar Nascimento, líder do União Brasil, ou Marcos Pereira, do Republicanos. Mas com a movimentação antecipada e as articulações amplas do latifúndio, é provável que eles tirem vantagem na disputa por um nome bem próximo. 

O que os latifundiários querem é ampliar a sua força política já expressiva dentro da Câmara. Os latifundiários já dividem o domínio do velho Estado brasileiro com as outras classes dominantes, mas precisam disputar nas instituições a divisão de verbas e calendários de projetos reacionários. Com a presidência da casa, podem ter ainda mais predominância e iniciativa nessas negociações. É um escancaro da verdadeira essência do velho Estado burocrático-latifundiário brasileiro e suas instituições, disputado somente pela velha crosta dominante que sempre dominou o País.

Para os latifundiários, isso se faz ainda mais necessário no atual período de agudização da luta pela terra no País. Com a crescente de lutas camponesas nos últimos anos, os latifundiários têm ampliado a sua atuação oficial e extraoficial para garantir a manutenção do monopólio da terra no País e os benefícios absurdos ao latifúndio, tudo às custas do povo, particularmente dos camponeses pobres, indígenas e quilombolas, e da Nação. Foi o caso, por exemplo, do Marco Temporal no ano passado. A medida foi aprovada na Câmara e no Senado apesar dos intensos protestos indígenas por todo o País e, quando retornou ao Congresso após o veto presidencial, o impedimento foi derrubado.

Além do Marco Temporal, os representantes do latifúndio conseguiram, no ano passado, encaminhar medidas, projetos e comissões como a “CPI do MST”, que buscou criminalizar a luta pela terra e lideranças de movimentos camponeses, e o chamado “PL do Veneno”, que ampliou em demasia o número de agrotóxicos permitidos no Brasil. 

Do outro lado, camponeses e demais setores das massas e povos em luta pela terra prometem continuar a resistir aos ataques e ofensivas do latifúndio. No ano passado, organizações como a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) fizeram importantes tomadas de terra em Minas Gerais e na Bahia. As terras ocupadas hoje são acampamentos produtivos. Esse ano, camponeses de diferentes estados estão realizando tribunais populares para julgar os crimes do latifúndio em suas regiões. Em março, cerca de 800 famílias organizadas pelo MST ocuparam um latifúndio em Minas Gerais e uma área da Codevasf na Bahia. Pressionado pelas massas camponesas do movimento que cansam cada vez mais de aguardar as promessas de “reforma agrária” do governo e querem tomar as terras do latifúndio com as próprias mãos, o MST prometeu mais ocupações durante o mês de abril, quando ocorre costumeiramente o chamado “Abril Vermelho”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: