Em mais uma provocação direta à Liga dos Camponeses Pobres, Bolsonaro vomitou seu ódio ao povo em entrevista à filiada da Record em Rondônia. Foto: Reprodução
Em nota pública, a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) rechaçou nova ação pró-latifundiária e anticamponesa feita pelo presidente fascista Jair Bolsonaro. A organização camponesa denunciou que em entrevista coletiva realizada em 15 de junho representantes do velho Estado anunciaram o prosseguimento da campanha de perseguição, repressão e criminalização dos camponeses em luta pela terra.
Na ocasião, estiveram presentes representantes do Ministério da Justiça, o governador de Rondônia, Marcos Rocha, “marionete dos latifundiários ladrões de terra da União”, e o secretário de Segurança do estado de Rondônia, Hélio Pachá, “o carniceiro de Santa Elina”. Eles deram o anúncio da chamada Operação “Rondônia”, que representará o aumento dos efetivos, entre eles a Força Nacional, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Está prevista também a intensificação do serviço de inteligência oficial (Abin), das Forças Armadas e “outros aparatos clandestinos do velho Estado”, que, segundo o movimento camponês, “nunca deixaram de monitorar a vida alheia, principalmente dos que lutam por direitos”.
Nesse mesmo dia, Bolsonaro concedeu entrevista para uma afiliada da Record em Rondônia. A nota da organização camponesa aponta que ao ser perguntado sobre a questão das “invasões de terras” (como é chamado pelos portais de notícia pró-latifúndio a luta camponesa), “o falastrão [Bolsonaro], como de outras vezes chamou as organizações de luta pela terra de terrorismo, citou o envio da Força Nacional de Segurança e [afirmou] que ‘nossa inteligência tá funcionando’”. A nota aponta que a fala fez referência a ação dos espiões do governo federal que têm promovido invasões ilegais para investigar a vida dos camponeses da região. “Principalmente dos que têm alguma relação com a luta pela terra, para que se abata sobre elas a repressão que planejam incrementar”, apontou o movimento camponês.
Bolsonaro fez, ainda, a defesa de que latifundiários possam andar armados à vontade. A nota denuncia que em sua fala, o genocida fez referência ao excludente de ilicitude. O termo faz referência à brecha jurídica que é usada por policiais e agentes da repressão por todo o país para não serem acusados de terem cometidos assassinato. No Rio de Janeiro, de maneira particular, policiais valem-se da desculpa de “falsos confrontos”, alegando justamente o excludente de ilicitude, tendo a total garantia de que a “justiça” do velho Estado alegará que são inocentes e que todos os crimes praticados contra o povo não podem ser punidos.
Afirmou Bolsonaro: “Nós temos um projeto dentro do Congresso que acho que resolve em definitivo, chama excludente de ilicitude. Ou seja, o nosso policial, ele porventura venha trocar tiro com esse tipo de gente, ele vai para casa e não vai receber a visita do oficial de justiça, o que ele fez lá passa a ser uma parte da operação e ele não vai responder por esses atos”.
A organização camponesa apontou que ele “policiais no Rio de Janeiro não têm problema em matar, mas temem os processos”. E relembra a Chacina do Jacarezinho, ocorrida em 6 de maio e que deixou como vítima 28 jovens na operação genocida feita pela Polícia Civil. Ainda segundo a nota, “tal operação criminosa recebeu elogios e aplausos do fascista Bolsonaro e seu vice, o general Mourão”.
Com isso, afirmam os camponeses em nota, “Bolsonaro quer como ‘solução’ o aprofundamento da política de terror e massacre”. E ressaltam que “a propriedade que Bolsonaro diz ser um direito sagrado é só a latifundiária, obtida ao custo do roubo e sangue, da usurpação de terras alheias, seja da União ou de pequenos e médios proprietários”. E que aos pobres, o direito à terra “é permanentemente negado e reprimido a ferro e fogo. Para os pobres do campo, para os camponeses, o que Bolsonaro oferece, é morrer na fila do SUS, passar fome e ver os filhos se perdendo nas cidades, e quando muito oferece migalhas através de auxílio emergencial com valores irrisórios, e bolsa-esmola”, conclui a nota.
Desde que os camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro tiveram êxito na retirada, fato repercutido pelo AND, os donos de terra estão mais preocupados a cada dia que passa com a possibilidade de novas tomadas. Em novos episódios da justa luta pela terra e da epopeia da luta camponesa no estado de Rondônia, as massas camponesas organizadas dão provas de resistência.
A própria nota aponta para semelhantes atitudes, quando aponta que “o governador marionete de latifundiários [Marcos Rocha], e o carniceiro de Santa Elina [Hélio Pachá], vomitaram uma vez mais seus ataques contra a luta pela terra e reforçaram o berreiro de sempre, que tem claro objetivo de satanizar e criminalizar a LCP para criar opinião pública favorável para cumprir seus sinistros planos de levar a cabo ainda mais prisões (…) e mais assassinatos de lideranças e apoiadores da luta pela terra”. A organização camponesa aponta ainda que esses episódios se dão “para servir aos interesses do latifúndio ladrão de terras da União, assassino de indígenas e camponeses, esfomeador do povo, contaminador e destruidor da natureza e base da subjugação nacional”.
A tentativa coordenada pelo presidente fascista Jair Bolsonaro está fadada ao fracasso. É o que aponta a LCP e a Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres quando aponta que “a Revolução Agrária é o único caminho possível para conquistarem a terra. O povo vai conquistar sua “terra prometida”, não pela ação do governo ou de algum falastrão, mas através das massas organizadas em luta combativa e independente, através da aliança dos trabalhadores da cidade e campo, dos pequenos e médios proprietários, dos estudantes e intelectuais honestos, cada vez mais consciente e dispostas a empregar todos os meios necessários para conquistá-la e remover todos obstáculos de seu caminho, para transformar a sociedade e ter um novo país para as gerações futuras, sem exploração e opressão, e onde realmente exista justiça e uma nova democracia.”
Você pode ler a nota completa no portal Resistência Camponesa (clicando aqui) ou então lendo abaixo.
Compartilhamos a nota na íntegra:
Bolsonaro arma latifundiários e diz que polícia pode matar camponeses que ficará impune
No dia 15 de junho, em entrevista coletiva em Brasília, representante do ministério da justiça do governo federal, e o governo de Rondônia, representado pelo governador coronel pm Marcos Rocha, marionete dos latifundiários ladrões de terra da União, e pelo secretário de segurança, Hélio Pachá, o carniceiro de Santa Elina, anunciaram a continuação da campanha de perseguição, repressão e criminalização dos camponeses em luta pela terra em Rondônia.
Chamada solenemente de “Operação Rondônia”, tal operação repressiva além das forças estaduais, terão reforço de mais efetivos federais, da Força Nacional, da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Reforço e integração do que chamam de serviços de inteligência, ou seja, espiões da Abin, forças armadas, e outros aparatos clandestinos do velho Estado que nunca deixaram de monitorar a vida alheia, principalmente dos que lutam por direitos.
Todo esse aparato que estão mobilizando é para reprimir a justa luta pela terra dos camponeses em Rondônia, e particularmente nossa combativa e honrada organização, a LCP – Liga dos Camponeses Pobres.
Durante tal evento, o governador marionete de latifundiários, e o carniceiro de Santa Elina, vomitaram uma vez mais seus ataques contra a luta pela terra e reforçaram o berreiro de sempre, que tem claro objetivo de satanizar e criminalizar a LCP para criar opinião pública favorável para cumprir seus sinistros planos de levar a cabo ainda mais prisões (recentemente já prenderam dezenas de camponeses bases da LCP) e mais assassinatos de lideranças e apoiadores da luta pela terra, tudo para servir aos interesses do latifúndio ladrão de terras da União, assassino de indígenas e camponeses, esfomeador do povo, contaminador e destruidor da natureza e base da subjugação nacional.
No mesmo dia 15, o fascista Bolsonaro concedeu entrevista ao medíocre programa de televisão “sic news” da rede “sic tv”, afiliada em Rondônia da Record, apresentado por um jornalista reacionário, porta-voz e sabujo dos latifundiários. Em tal entrevista, além da ladainha fascista de sempre de Bolsonaro, ao ser perguntado sobre o “problema das invasões de terra” em Rondônia, o falastrão, como de outras vezes chamou as organizações e luta pela terra de terrorismo, citou o envio da Força Nacional de Segurança e que “nossa inteligência tá funcionando”, numa alusão a ação dos espiões do governo federal no objetivo de invadir e vasculhar a vida das pessoas, principalmente dos que têm alguma relação com a luta pela terra, para que se abata sobre elas a repressão que planejam incrementar.
Bolsonaro complementou defendendo lei aprovada em seu governo em que os latifundiários podem andar armados à vontade, e como “solução definitiva” o genocida disse o seguinte: “nós temos um projeto dentro do congresso que acho que resolve em definitivo, chama excludente de ilicitude. Ou seja, o nosso policial, ele porventura venha trocar tiro com esse tipo de gente, ele vai para casa e não vai receber a visita do oficial de justiça, o que ele fez lá passa a ser uma parte da operação e ele não vai responder por esses atos”.
Ainda reforçou dando exemplos de policiais no Rio de Janeiro, que não têm problema em matar, mas temem os processos como decorrência da ação assassina. Recentemente a polícia do Rio de Janeiro assassinou friamente 28 jovens numa única ação na favela do Jacarezinho, através de execuções sumárias, depois de muitos terem sido rendidos e desarmados. E tal operação criminosa recebeu elogios e aplausos do fascista Bolsonaro e seu vice, o general Mourão.
Ou seja, o que Bolsonaro aponta como “solução” para o problema agrário no Brasil, é que os latifundiários se armem ainda mais para assassinar camponeses e indígenas, e como solução definitiva é dar carta branca para agentes do velho Estado assassinarem impunemente, ainda mais do que já fazem, e não serem nem incomodados com investigação e processos, que quando chegam a ocorrer na maioria das vezes não dão em nada.
Ou seja, Bolsonaro quer como “solução” o aprofundamento da política de terror e massacre cometidas há séculos pelo latifúndio e seu velho Estado, agora de forma ainda mais escancarada e impune. Isso sim é terrorismo! É terrorismo de Estado, e não só é o que o fascista Bolsonaro prega, como é o que busca aplicar com seu governo, ainda mais com o golpe contrarrevolucionário preventivo atualmente em curso, do qual disputa a direção com o Alto Comando das Forças Armadas (ACFA).
Para Bolsonaro, no Brasil não há nenhum problema com a concentração de terras nas mãos de um punhado de parasitas, ladrões de terra da União, enquanto outros milhões de pobres desse país vivem na miséria, sem terra, ou com pouca terra, sendo explorados e oprimidos, vivendo nas garras de fazendeiros, ou engrossando a fila dos desempregados nas cidades.
A propriedade que Bolsonaro diz ser um direito sagrado é só a latifundiária, obtida ao custo do roubo e sangue, da usurpação de terras alheias, seja da União ou de pequenos e médios proprietários. Mas aos pobres, o direito a uma propriedade, uma pequena parcela de terra para tirar dela o sustento de sua família com dignidade e o suor do seu trabalho, esse direito que é inclusive constitucional, é permanentemente negado e reprimido a ferro e fogo. Para os pobres do campo, para os camponeses, o que Bolsonaro oferece, é morrer na fila do SUS, passar fome e ver os filhos se perdendo nas cidades, e quando muito oferece migalhas através de auxílio emergencial com valores irrisórios, e bolsa-esmola.
Mas não cansamos de repetir, toda essa campanha orquestrada de criminalização e demonização dos camponeses em luta e da nossa organização e o aumento da repressão e assassinatos que estão anunciados não nos intimidam. Todos esses ataques só comprovam o desespero do latifúndio, do governo que os serve, e seus porta-vozes, e confirmam que estamos no caminho justo.
Se engana quem acha que vai parar a luta pela terra com repressão. Enquanto a terra estiver concentrada nas mãos de um punhado de latifundiários parasitas da Nação, a luta pela terra a favor dos camponeses vai continuar independente da vontade de quem quer que seja. E o que fazem com crescente repressão é escancarar e deixar claro que esse governo é o mais fiel defensor do latifúndio, e nem a falida “reforma agrária do governo” são capazes de aplicar. Só lhes resta o vergonhoso e criminoso papel de servir de guaxebas do latifúndio ladrão de terras da União. Mais do isto estão ensinando aos pobres do campo que a única forma de se obter um pedaço de terra é através da violência, deixa cada vez mais claro, que a Revolução Agrária é único caminho possível para conquistarem a terra. O povo vai conquistar sua “terra prometida”, não pela ação do governo ou de algum falastrão, mas através das massas organizadas em luta combativa e independente, através da aliança dos trabalhadores da cidade e campo, dos pequenos e médios proprietários, dos estudantes e intelectuais honestos, cada vez mais consciente e dispostas a empregar todos os meios necessários para conquistá-la e remover todos obstáculos de seu caminho, para transformar a sociedade e ter um novo país para as gerações futuras, sem exploração e opressão, e onde realmente exista justiça e uma nova democracia.
Abaixo a criminalização da luta pela terra! Fim das perseguições, prisões e processos!
Liberdade imediata para os companheiros Ezequiel, Luis Carlos, Estefane e Ricardo!
Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro!
Conquistar a terra, destruir o latifúndio!
Terra para quem nela trabalha! Viva a Revolução Agrária!
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
Comissão Nacional das Liga dos Camponeses Pobres do Brasil
16 de junho de 2021