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Liga dos Camponeses Pobres (LCP) lança nota e cartaz rememorando vida e luta dos camponeses Gedeon José Duque e Rafael Gasparini Tedesco, covardemente assassinados em 2021. Foto: Banco de Dados AND
A Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres (LCP) emitiu, através do jornal Resistência Camponesa, a nota Viva os companheiros Gedeon e Rafael!, escrita por ocasião de 1 ano dos covardes assassinatos por comandos especiais da Polícia Militar de Rondônia (PM-RO) dos camponeses Gedeon José Duque e Rafael Gasparini Tedesco, na região de Nova Mutum Paraná, Rondônia. O odioso crime perpetrado pelas mãos da PM assassina de Rondônia e da Força Nacional de Segurança, sob comando da marionete do latifúndio coronel Marcos Rocha, governador de RO e pelo governo militar genocida de Bolsonaro e generais ocorreu no dia 29 de outubro de 2021. A nota pode ser lida na íntegra ao fim da matéria ou no portal Resistência Camponesa. A LCP também emitiu dois cartazes em homenagem aos camponeses.
Segundo a Comissão Nacional das LCP, em nota intitulada Viva a memória dos camponeses assassinados em Rondônia! O sangue dos heróis tombados na luta pela Revolução Agrária será vingado!, Gedeon e Rafael foram acusados da morte de policiais ocorrida na região em outubro de 2020, e foram executados covardemente, sem prova alguma. Na madrugada em que ocorreu o fato, cerca de cinco viaturas e um helicóptero atacaram a casa onde estavam os dois camponeses. Os corpos foram posteriormente levados a um local onde a polícia apontou uma suposta troca de tiros. Segundo as denúncias, iniciou-se um cerco onde os policiais espancaram os moradores, realizaram interrogatórios ilegais e inúmeras ameaças.
A Comissão Nacional das LCP afirma que o assassinato dos camponeses Gedeon e Rafael não foi mais um entre tantos episódios de matança de pobres num rincão do país por forças policiais. Foi uma emboscada que resultou nos assassinatos políticos, odiosos crimes premeditados do velho Estado burocrático-latifundiário em vã tentativa de sufocar a luta pela Revolução Agrária.
Os camponeses Gedeon e Rafael, dirigentes da LCP, lutavam ao lado de centenas de famílias camponesas por um pedaço de terra para sobreviver e tiveram seu sangue vertido covardemente por defender essa causa. Gedeon e Rafael eram reconhecidos por todos por sua coragem e decisão, e precisamente por isso, eram alvos das forças policiais de Rondônia. Gedeon dirigiu a organização da Vila Alípio de Freitas, construção de estradas, pontes e bueiros, além da energia elétrica, da escola de ensino fundamental Renato Nathan e do Posto de Saúde para tratar doenças endêmicas como a malária.
O companheiro Gedeon foi o alvo principal dos reacionários justamente pelo seu destacado papel como dirigente da LCP e liderança das massas nas Áreas camponesas Dois Amigos, Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, situadas na região noroeste de Rondônia.. Estas Áreas foram palco das mais importantes lutas do povo brasileiro contra o governo militar genocida de Bolsonaro e generais, quando na ocasião da heróica resistência camponesa contra a Operação “Nova Mutum”. A nota afirma que, “à frente das massas dessas Áreas, o companheiro Gedeon dirigiu e organizou a resistência contra várias incursões policiais ilegais que visavam despejar as famílias de suas terras.”.
A Comissão Nacional afirma que “eles estão vivos e presentes nas nossas incansáveis e invencíveis lutas que persistem nos quatro cantos do Brasil”.
VIVA A RESISTÊNCIA NAS ÁREAS TIAGO DOS SANTOS, ADEMAR FERREIRA E 2 AMIGOS!
A Operação “Nova Mutum” tinha o objetivo declarado de despejar cerca de 800 famílias que moram e produzem há vários anos nas Áreas vizinhas Tiago Campin dos Santos, Ademar Ferreira e 2 Amigos, no distrito de Nova Mutum Paraná, na zona rural de Porto Velho, a fim de conjurar a revolta popular que inevitavelmente explodirá no Brasil, e como parte da ofensiva contrarrevolucionária preventiva em curso, denunciada por AND. Na ocasião (desde antes de outubro de 2021), um grande contingente policial da Força Nacional e Polícia Militar, fortemente armados, com escudos, spray de pimenta, sem uso de câmera e muitos sem identificação ou com o rosto coberto, promoveu um verdadeiro estado de sítio nas áreas organizadas pela LCP na região, violando direitos dos camponeses irem, virem e permanecerem em suas posses e terem acesso à água e alimentação. O despejo violento atravessou a noite e madrugada em vários locais, sem a presença de oficiais de justiça.
Apesar do terrorismo do velho Estado de grandes burgueses e latifundiários, todos os planos da reação foram derrotados pela resistência camponesa combativa que lá se sucedeu. Em reuniões e Assembleias Populares, as famílias camponesas organizaram sua brava resistência. A Comissão Nacional afirma que naquelas áreas foi aplicada a linha da Revolução Agrária: destruindo o latifúndio e conquistando a terra para quem nela trabalha, dividindo e entregando em pequenos lotes a milhares de famílias vastas extensões de terras públicas da União roubadas pelos latifundiários. Desenvolvendo a produção em seus lotes e avançando passo a passo para formas de produção cada vez mais cooperadas, começando com grupos de ajuda mútua, e, através das Assembleias Populares e seus Comitês de Defesa da Revolução Agrária (CDRA), decidindo e executando tudo o que diz respeito a área onde as famílias vivem e trabalham, sem depender do velho Estado.”
Leia também: Grandiosa resistência: Como os camponeses retornaram à Área Tiago dos Santos
A polícia invadiu as linhas das Áreas com muita dificuldade, tendo que abrir novos carreadores, em algumas nem conseguiu entrar. Os agentes de repressão chamavam os camponeses para irem embora, ofereciam ônibus, mas ninguém saiu.
Resistindo à Operação “Nova Mutum” numa luta desigual, muitas famílias permaneceram todo o tempo na área (a maioria dos camponeses sequer saiu de suas terras), bloqueando as estradas e caminhos com toras de madeiras e incendiando pelo menos 15 pontes. As que haviam sido despejadas, se mobilizaram e resistiram bravamente, com vários cortes da estrada BR 364, tendo retornado para seus lotes, culminando na vitória das massas e derrota das tropas reacionárias. As massas resolveram todos os problemas impostos pelo velho Estado burocrático-latifundiário mantendo sua união e organização, com debate e decisão coletivos, se dividindo em comissões de trabalho. As mulheres tiveram participação destacada.
Foi após grande mobilização dos camponeses, apoiados por organizações de estudantes e professores de Porto Velho e por uma comissão de entidades defensoras dos Direitos do Povo e dos direitos humanos, que em 27 de outubro as famílias camponesas despejadas voltaram às suas terras. Dentro da Área, os camponeses realizaram a Assembleia Popular reafirmando a determinação de seguirem lutando pela Revolução Agrária. Essa luta é o que causa tanto pavor e desperta o ódio dos latifundiários ladrões de terras da União como é o caso do notório grileiro Antônio Martins (Galo Velho) e da família Leite, à quem serviu a criminosa operação.
TERRORISMO DO VELHO ESTADO NÃO IMPEDIRÁ O AVANÇO DA REVOLUÇÃO AGRÁRIA
A LCP afirma na nota Viva os companheiros Gedeon e Rafael! que “as massas das Áreas Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira choram as mortes de nossos heróicos companheiros, mas enxugam suas lágrimas e redobram seu ódio de classe contra os exploradores e opressores do povo. Clamam por vingança e doravante gritarão a plenos pulmões: companheiros Gedeon e Rafael! Presentes na luta!”.
A nota prossegue: “Não cansamos de repetir, nenhuma ameaça e nenhum terrorismo do latifúndio e do velho Estado conseguirá parar a luta pela terra! Enquanto a terra estiver concentrada nas mãos de um punhado de latifundiários parasitas da Nação, a luta pela terra a favor dos camponeses pobres vai continuar independente da vontade de quem quer que seja. Nada nem ninguém nos deterão! O que faz esta reação apodrecida é só aumentar nosso ódio de classe e disposição para lutar. Estamos fazendo as contas e vamos cobrar. Vocês verão quando chegar a hora, vão pagar caro! Estes camponeses assassinados eram trabalhadores honrados, companheiros e dirigentes da LCP, lideranças reconhecidas pelas massas. Não tarda o dia em que o campesinato se levantará aos milhões, varrerá todo o latifúndio e cobrará os séculos de exploração, humilhação e violência cometidos contra nós.”.
Liga dos Camponeses Pobres (LCP) lança nota e cartaz rememorando vida e luta dos camponeses Gedeon José Duque e Rafael Gasparini Tedesco, covardemente assassinados em 2021. Foto: Banco de Dados AND
Liga dos Camponeses Pobres (LCP) lança nota e cartaz rememorando vida e luta dos camponeses Gedeon José Duque e Rafael Gasparini Tedesco, covardemente assassinados em 2021. Foto: Banco de Dados AND
Viva os companheiros Gedeon e Rafael!
O dia 29 de outubro marca um ano dos covardes assassinatos por comandos especiais da PM-RO dos companheiros Gedeon José Duque e Rafael Gasparini Tedesco, na região de Nova Mutum Paraná, Rondônia. Odioso crime cometido contra o povo brasileiro pelas mãos da PM assassina de Rondônia e da Força Nacional de Segurança, sob comando da marionete do latifúndio coronel-PM Marcos Rocha, governador de RO e pelo governo militar genocida de Bolsonaro.
Os companheiros Gedeon e Rafael eram alvos das forças policiais de Rondônia, não por acaso, mas por se tratarem de militantes da LCP – Liga dos Camponeses Pobres, sendo o companheiro Gedeon o principal alvo perseguido e temido pelo seu destacado papel como dirigente da LCP e liderança das massas nas áreas camponesas Dois Amigos, Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, situadas na região noroeste de Rondônia. À frente das massas dessas áreas, o companheiro Gedeon dirigiu e organizou a resistência contra várias incursões policiais ilegais que visavam despejar as famílias de suas terras, incluindo a vitoriosa resistência contra a gigantesca Operação “Nova Mutum” em outubro de 2021.
As áreas Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, juntamente ao acampamento Manoel Ribeiro, em Chupinguaia (Sul de Rondônia), foram palco de heroicas resistências camponesas e as mais importantes lutas de massas contra o governo militar genocida de Bolsonaro nos últimos anos no País. Nessas áreas, as massas camponesas dirigidas pela LCP aplicaram a linha da Revolução Agrária, destruindo o latifúndio e conquistando a terra para quem nela trabalha, dividindo e entregando em pequenos lotes a milhares de famílias vastas extensões de terras públicas da União roubadas pelos latifundiários. Desenvolvendo a produção em seus lotes e avançando passo a passo para formas de produção cada vez mais cooperadas, começando com grupos de ajuda mútua, e, através das Assembleias Populares e seus Comitês de Defesa da Revolução Agrária (CDRA), decidindo e executando tudo o que diz respeito a área onde as famílias vivem e trabalham, sem depender do velho Estado.
Essa luta é o que causa tanto pavor e desperta o ódio dos latifundiários ladrões de terras da União como é o caso do notório grileiro Antônio Martins (Galo Velho) e da família Leite, assim como dos governos de turno que os servem. O próprio ultradireitista Bolsonaro, que desde o início nunca escondeu que seu governo era dos latifundiários, em duas ocasiões, publicamente, chegou a declarar guerra contra a LCP, tachando-a de terrorista. E não só esbravejou contra a luta camponesa, mas efetivamente mobilizou e forneceu todo tipo de equipamentos e aparatos militares, enviou a Força Nacional de Segurança (FNS) e recursos financeiros para reprimir a luta pela terra. Foi neste rastro reacionário, como parte da ofensiva contrarrevolucionária preventiva à revolta popular que inevitavelmente explodirá no Brasil e que já começou, que o governo de turno e o latifúndio desencadearam inúmeras operações policiais, entre as quais a Operação “Nova Mutum”, e outras ainda em curso, com prisões e assassinatos de membros da LCP e pessoas das massas, continuando com as perseguições e criminalização no objetivo de esmagar a luta pela terra e eliminar a LCP.
Apesar de todo o esforço movido contra a luta camponesa e a LCP, o fato é que o velho Estado tem colhido sucessivas derrotas políticas uma após outra. Assim foi desde o acampamento Manoel Ribeiro, quando os grandes estrategistas de papel, energúmenos, valentões para massacrar massas desarmadas e covardes para morrer, tentaram sitiar toda a área, despejar as famílias e prender sua direção. Mas falharam vergonhosamente e alcançaram a “proeza” de cercar o vento, tropeçando sozinhos nos próprios pés, pois, quando invadiram o acampamento, se depararam com a área vazia, já que na noite anterior as famílias organizadamente se retiraram debaixo das suas próprias barbas, deslocando-se para outras terras.
E assim, especialistas em derrotas que são, também se viram derrotados na área Tiago Campin dos Santos, onde numa primeira tentativa de despejo, em outubro de 2020, tropas da PM invadiram o acampamento, maltrataram as famílias, destruíram seus barracos e utensílios, e as retiraram jogando-as na Vila Penha. Algumas horas depois as famílias retornaram já para seus lotes, montaram novas barracas e iniciaram a produção. Na mesma área, em outubro de 2021, já resistindo à Operação “Nova Mutum”, muito maior que aquela de um ano atrás, e apesar dos golpes sofridos com a destruição de muitas barracas e produção, matança de suas criações e assassinatos dos companheiros Gedeon e Rafael, o velho Estado não conseguiu atingir seu principal objetivo de despejar as milhares de famílias. Em sua resistência, enfurecidas com tanta covardia, muitas famílias permaneceram o tempo todo na área, bloqueando as estradas e caminhos com toras de madeira e incendiando as pontes, enquanto as que tinham sido despejadas retornaram para seus lotes, após dura luta, frente a frente com as tropas, que culminou com a desmobilização da operação e contundente vitória das massas. Numa luta desigual derrotou o gigantesco aparato de guerra movido pelo governo dos latifundiários. Ao contrário de isolar a luta camponesa perante a opinião pública, a luta desenvolvida nesse período aglutinou apoio e solidariedade. Diante da denúncia da LCP e de várias organizações classistas e democráticas, uma potente campanha de solidariedade fez repercutir por todo país e no exterior.
A vitoriosa resistência camponesa contra a operação “Nova Mutum”
Servindo aos interesses dos latifundiários ladrões de terra da União, Bolsonaro, o governador pau mandado coronel Marcos Rocha e o então secretário de segurança pública, o coronel Hélio Pachá, conhecido como carniceiro de Santa Elina, dispararam a Operação “Nova Mutum”. Essa mega operação teria sido planificada desde a fracassada operação de despejo de outubro de 2020, na mesma área. Para ela, mobilizaram verdadeiro aparato de guerra da Polícia Civil e PM, assim como a Força Nacional de Segurança e muita verba, enviadas por Bolsonaro. Também foram empregados dezenas de drones, três helicópteros e toda a parafernália policial para cercar, atacar e despejar principalmente as famílias das áreas Tiago Campin dos Santos. Bandos armados do latifúndio também foram empregados nas operações e dezenas de guaxebas atuaram junto aos policiais.
Em outubro de 2021 a área Ademar Ferreira já estava sitiada e controlada pelas forças policiais, que transformaram a sede da fazenda Santa Carmem em seu quartel e desde meses atrás vinham fustigando as famílias com ataques de pistoleiros junto à Força Nacional de Segurança. Nessas operações, em agosto de 2021, numa incursão sem nenhum amparo legal, foi que os policiais covardes do batalhão de operações especiais, friamente e sem dar nenhuma chance de defesa, assassinaram os companheiros Amarildo, Amaral e Kevin, enquanto estes estavam trabalhando em suas roças. Esse odioso crime já era parte dos preparativos de guerra para a partir dali concentrar tropas, meios e desencadear toda a gigantesca Operação “Nova Mutum”.
Durante a Operação “Nova Mutum”, parte destas famílias foram retiradas de suas terras, jogadas à própria sorte numa escola na Vila da Penha e mantidas sob constante fustigamento e ameaças das tropas policiais. Além de manterem as famílias amontoadas em condições insalubres numa escola, sem água nem alimentação. Cometeram toda sorte de arbitrariedades dentro e fora da área, como prisões, revistas humilhantes, espancamentos, ameaças, intimidações, destruição de moradias e outras benfeitorias, envenenamento de poços de água, roubo de produção das roças, criações e demais pertences dos camponeses. Destruíram inclusive o Posto de Saúde improvisado na área com todos os equipamentos que continha dentro, entre outras arbitrariedades já denunciadas.
Diariamente, realizaram disparos de fuzis e bombas de efeito moral desde helicópteros, invadiram casas, impediram a entrada de alimentos e comida, incendiaram veículos e mantiveram boa parte da área sitiada. Destruíram e roubaram tudo o que conseguiram. E para custear tal aparato de guerra contra os camponeses, o governo gastou cerca de 1 milhão de reais por dia.
Apesar disso, a Operação “Nova Mutum” foi derrotada e desmoralizada pela resistência feroz das mais de 800 famílias. Por conta dessa resistência, foram obrigados a estender o despejo e a operação que pretendiam fazer em um ou dois dias por semanas até fracassar. A maioria dos trabalhadores sequer saiu de suas terras, organizando-se para impedir ou dificultar o avanço das tropas assassinas, derrubando pontes (pelo menos 15 foram derrubadas) e troncos de árvores nas estradas. As famílias que foram despejadas e jogadas à própria sorte numa vila vizinha também se mobilizaram e resistiram bravamente, inclusive com mais de um corte na BR 364. Sendo apoiadas por organizações de estudantes e professores de Porto Velho e por uma comissão de entidades defensoras dos Direitos do Povo e dos direitos humanos, persistiram na luta, pressionaram as forças policiais até romperem o cerco e retornarem aos seus lotes.
Odiados pelos latifundiários e pelo velho Estado
Em sua ira de derrotados, por vingança, as forças policiais do velho Estado conseguiram golpear os camponeses, assassinando covardemente os companheiros Gedeon e Rafael. Eles estavam na área Dois Amigos (área onde não havia nenhuma questão jurídica colocada, só mais um exemplo de ação ilegal da PM) e foram emboscados ali. Servindo-se e apoiados por drones e helicópteros, os bandidos da PM, contando com a caguetagem de algum miserável infiltrado no meio do povo, identificaram e cercaram a casa em que os dois companheiros se abrigaram da perseguição. Num último ato de bravura, ao perceberem que as forças policiais cercavam a casa, os companheiros correram em direção à mata para nela se protegerem e evitar que a casa com mulheres e crianças se tornasse mais um banho de sangue.
Depois de assassinar os companheiros, os covardes da PM levaram os corpos dos dois para outro local escolhido para ser o palco da farsa, montada de antemão, de que as mortes decorreram de “tiroteio entre bandidos e policiais”. Transformaram o assassinato covarde dos companheiros num troféu de sangue, como prova de sua fidelidade canina a seus amos latifundiários e de seu ódio visceral contra o povo, principalmente quando têm que engolir a derrota a eles imposta pelos camponeses, como as referidas lutas dos últimos anos no estado.
Em cumplicidade com os crimes do latifúndio e o terrorismo de Estado, os monopólios de imprensa silenciam sobre tudo isso. E a imprensa lixo, mentirosa, canalha, cúmplice e porta-voz serviçal do latifúndio e da PM, acusou os companheiros Gedeon e Rafael de responsáveis pelas mortes dos policiais em outubro de 2020, sem apresentar prova alguma, e buscaram transformar os companheiros nos maiores demônios, malfeitores, “chefes de quadrilha de grileiros”, etc., e os costumeiros ataques que sempre fazem ao povo organizado em defesa de seus direitos.
Os verdadeiros chefes de quadrilha e grileiros são gente como o latifundiário Antônio Martins Galo Velho, conhecido e contumaz ladrão de terra da União citado no Livro Branco de Grilagem de Terras, com centenas de milhares de hectares de terras públicas griladas. Mas aos olhos dessa imprensa lixo, Galo Velho é pessoa idônea, trabalhadora, bondosa, pacífica, e que “carrega o Brasil nas costas” e outras embustices mais que dizem quando querem embelezar o latifúndio, essa classe de parasitas da nação, matadores de indígenas, camponeses e quilombolas, esfomeadores do povo, contaminadores e destruidores da natureza e base da subjugação nacional!
Assassinos sanguinários são gente como o coronel Hélio Pachá, que chacinou 11 camponeses, dentre eles a pequena Vanessa de apenas 7 anos, na fazenda Santa Elina, em 1995, mas que sempre recebeu da imprensa lixo de Rondônia ilustre tratamento! Canalhas, todos esses!
Gedeon e Rafael nunca serão esquecidos!
O assassinato dos companheiros não se trata de mais um entre tantos episódios de matança de pobres num rincão do país pelas forças policiais, mas se trata de uma resposta desesperada do velho Estado de latifundiários e grandes burgueses, servis ao imperialismo, à irrefreável e muito justa guerra camponesa pela terra no país que surge em forma de ondas de tempos em tempos.
Como legítimos filhos do povo, das suas camadas mais profundas, carregavam as marcas dos intricados caminhos que percorre nosso campesinato, e foi na luta pela terra para viver e trabalhar que encontraram um verdadeiro sentido para suas vidas. Gedeon e Rafael eram promissores militantes da LCP, reconhecidos por sua coragem e decisão. Gedeon, destacou-se como a liderança inconteste e principal organizador da área Dois amigos, Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, sendo respeitado por seu profundo senso de justiça, sua ampla capacidade política, pelo seu genuíno sentimento de entrega a causa de libertação do povo, pelo seu profundo desejo de acabar com a exploração, opressão e humilhação por que passam os pobres do campo, pelo seu profundo desejo de uma vida melhor para milhares e milhares de famílias camponesas.
No acampamento Tiago dos Santos, assim que as terras foram cortadas e as famílias conquistaram seus lotes, o companheiro Gedeon dirigiu a organização da Vila Alípio de Freitas, a construção de estradas, pontes e bueiros, energia elétrica, da escola de ensino fundamental Renato Nathan e do Posto de Saúde e de controle de endemias, principalmente malária, que tanto aflige o povo. O companheiro sempre teve iniciativa de atrair médicos, enfermeiros e professores para se juntarem aos camponeses na luta pela terra e com isto conseguiu que os moradores fossem atendidos no posto da Vila desde a entrada na terra.
Na Vila Alípio de Freitas hoje também o comércio cresce com vigor a cada dia. Isto sempre foi estimulado pelo companheiro Gedeon, que era conhecedor da dificuldade das famílias pobres para iniciarem a produção no lote e ao mesmo tempo manter a família, as criações e roças. Da mesma forma, ele sempre incentivou aos moradores da área comprarem nos comércios que apoiam nossa luta.
Quanto mais a reação busque jogar lama, com suas asquerosas mentiras, na memória dos companheiros Gedeon, Rafael e tantos outros, mais se elevam seus exemplos e a honra e a glória de seus nomes, ELES ESTÃO VIVOS E PRESENTES NAS NOSSAS INCANSÁVEIS E INVENCÍVEIS LUTAS que persistem nos quatro cantos do Brasil.
Terrorismo de Estado não vai parar a luta pela terra
A destruição de todo o latifúndio e a conquista da terra será a maior, mas não a única, de nossas vinganças! As massas das Áreas Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira choram as mortes de nossos heroicos companheiros, mas enxugam suas lágrimas e redobram seu ódio de classe contra os exploradores e opressores do povo. Clamam por vingança e doravante gritarão a plenos pulmões: companheiros Gedeon e Rafael! Presentes na luta!
Seja qual for o próximo gerente de turno saído ou não da atual farsa eleitoral, a luta pela terra já se encontra em outro patamar, será cada vez mais dura e difícil ao mesmo tempo que com brilhantes perspectivas, quanto mais se desfaçam as ilusões e nos lancemos no único caminho possível para varrer toda opressão, exploração e podridão seculares que tem afligido nossa pátria, através da Revolução Agrária como parte inseparável da Revolução de Nova Democracia.
Não cansamos de repetir, nenhuma ameaça e nenhum terrorismo do latifúndio e do velho Estado conseguirá parar a luta pela terra! Enquanto a terra estiver concentrada nas mãos de um punhado de latifundiários parasitas da Nação, a luta pela terra a favor dos camponeses pobres vai continuar independente da vontade de quem quer que seja. Nada nem ninguém nos deterão! O que faz esta reação apodrecida é só aumentar nosso ódio de classe e disposição para lutar. Estamos fazendo as contas e vamos cobrar. Vocês verão quando chegar a hora, vão pagar caro! Estes camponeses assassinados eram trabalhadores honrados, companheiros e dirigentes da LCP, lideranças reconhecidas pelas massas. Não tarda o dia em que o campesinato se levantará aos milhões, varrerá todo o latifúndio e cobrará os séculos de exploração, humilhação e violência cometidos contra nós.
Viva a memória gloriosa dos companheiros (as) caídos na luta pela Revolução Agrária!
Punição para os executores e mandantes dos assassinatos de lutadores do povo!
Terra para quem nela trabalha! Viva a Revolução Agrária!
Companheiros Gedeon e Rafael vivem!
29 de outubro de 2022,
Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres