Líbano: Massas confrontam militares e incendeiam suas instalações após assassinato de imigrantes

Líbano: Massas confrontam militares e incendeiam suas instalações após assassinato de imigrantes

Massas carregam o corpo de uma criança morta depois de um barco carregado de migrantes ter sido afundado pelos militares na costa da cidade de Tripoli. Foto: Fathi Al-Masri.

Massas rebeladas de um bairro proletário de Trípoli enfrentaram a repressão do Exército reacionário, incendiaram postos militares e atiraram contra os soldados durante um cortejo fúnebre no dia 25/04. A resposta das massas ocorre após os militares genocidas libaneses terem afundado um barco com dezenas de imigrantes na costa da cidade, matando pelo menos oito pessoas, incluindo três crianças sírias. 

Muitos dos passageiros eram do bairro em que ocorreu o confronto e a bordo estavam refugiados sírios e palestinos. No barco contavam mais de 80 pessoas, sendo que apenas 48 foram resgatadas no final do dia 23/04. Por isso, o número de mortos pode ser muito maior.

Os confrontos ocorreram nos bairros de Qibbeh, Rifa e Al-Baqar e, nestes dois últimos, barricadas em chamas também foram erguidas. Além disso, parentes das vítimas protestaram na porta do Ministério do Interior. Em instalações médicas onde os imigrantes estão hospitalizados também ocorreram mobilizações de familiares. Na rodovia Trípoli-Akkar, as forças de repressão atiraram contra a massa que bloqueava a rodovia, e as massas responderam.

Massas proletárias se levantam

No bairro de Qibbeh onde as manifestações se concentraram, as massas destruíram e incendiaram postos militares e atiraram pedras em veículos do exército reacionário que tentavam reprimir os protestos. Além disso, exigiram a saída do prefeito e ministros da cidade de seus cargos, e afirmaram que se não fossem atendidas as reivindicações, os protestos escalariam ainda mais.

Trípoli é a cidade mais desigual do Líbano: de acordo com dados de 2015, 77% dos moradores da cidade enfrentavam a pobreza. Na cidade vivem os empresários mais ricos do Líbano e do mundo árabe, incluindo o atual primeiro-ministro libanês, o reacionário Najib Mikati.

Em dados gerais, hoje quase 80% da população em todo o Líbano vive abaixo da linha da pobreza, com 36% na mais completa miséria.

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