Beto Barata/Estadão conteúdo
No dia 19 de fevereiro, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB de Pernambuco) foi anunciado como novo líder do governo na casa legislativa. O senador, que já foi Ministro da Integração no governo de Dilma Rousseff (PT) e líder do governo Temer no ano passado, foi escolhido a dedo pelo serviçal ianque Jair Bolsonaro. Ele também é alvo de cinco inquéritos por suspeita de corrupção.
Como líder do governo, ele tem o papel de coesionar a “base aliada” e “convencer” os demais parlamentares, por meio de todos os tipos de “argumentações” e negociações (muitas vezes, lícitas e ilícitas, no caso do apodrecido sistema político brasileiro), a apoiar o governo e seus projetos no parlamento.
Dois dos inquéritos que investigam o líder de Bolsonaro no Senado é por suspeita de crime contra a lei de licitações, na época em que governava a cidade de Petrolina, em Pernambuco. A lei deveria regularizar a contratação de empresas pelo Executivo, uma vez que essa relação é a porta de entrada para negócios espúrios entre empreiteiras e governantes, por exemplo.
O líder do governo é alvo de investigações relacionadas também a irregularidades nas obras da Arena Pernambuco, obra encomendada para a Copa da Fifa em 2014. Em outra denúncia, ele é acusado de receber R$ 2 milhões de empreiteira por licitação fraudulenta em obras do Porto de Suape.
Fernando Bezerra foi também citado por executivos da Odebrecht, empreiteira largamente envolvida nos escândalos de corrupção com agentes de governos e dos poderes do velho Estado, como destinatário de repasses de dinheiro de corrupção como retribuição por fraude em licitação.
Como de costume, o líder bolsonarista nega “irregularidades” e se diz “tranquilo”.