“Nós sabemos que o imperialismo não traz democracia, paz ou justiça ao povo! A única coisa que ele oferece é morte, exílio, fome e caos! Hoje, o terror reacionário desses lacaios do imperialismo está alvejando os Alauitas; amanhã, estará alvejando os Xiitas, Cristãos, Árabes, Curdos e Turcomenos – contra todos os povos oprimidos! O único verdadeiro caminho é a resistência revolucionária do povo sírio contra esses assassinos e seus mestres imperialistas!”. Assim escreveu a Liga Anti-Imperialista em um pronunciamento publicado no dia 12 de março de 2025.
A publicação se refere ao massacre contra o povo alauita na costa da Síria, iniciado em dezembro de 2024, e executado pelo Exército Nacional Sírio e pelo “governo” da organização paramilitar Hay’at Tahrir al-Sham (HTS) e seu líder Ahmed Al-Shar’a, que preside a Síria após a ofensiva de novembro de 2024. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) constata 1,3 mil mortos até a data desta publicação. Porém, uma contagem de 1,7 mil óbitos foi providenciada pelo representante do Conselho Alauita, Muhammad Nasser, ao canal televisivo iraquiano Al-Ahad.
As gangues por trás do massacre são apoiadas pelo imperialismo norte-americano, por potências imperialistas da Europa e pelo Estado turco. Por isso, a LAI pontuou que: “os perpetradores diretos deste massacre são as potências imperialistas dos EUA e da UE, juntamente com seus lacaios locais, o novo governo sírio e seu peão local, o estado turco! Aqueles que armaram, treinaram e apoiaram essas gangues reacionárias sob o pretexto de “trazer liberdade à Síria” são cúmplices de cada crime cometido! O sangue do povo sírio está nas mãos dos imperialistas e seus colaboradores regionais!”
O povo alauita é um grupo etno-religioso árabe e de matriz abraâmica. Dois a três milhões de Alauitas vivem na Síria, representando 50% a 75% de toda a população Alauita no mundo. Eles compuseram a resistência aos avanços imperialistas no século XX e foram participantes no processo de independência da Síria. No decorrer da década passada, o povo Alauita sofreu múltiplos ataques oriundos do movimento salafista, uma corrente fundamentalista e reacionária do islamismo suniita que tem como instrumento de violência a HTS e seu líder.