Reproduzimos nota da Liga Operária sobre o 1° de maio.
Da esquerda para a direita: Albert Parsons, Louis Lingg, Adolf Fischer, George Engel, August Spies, Michael Schwab, Samuel Fielden e Oscar Neebe
Mais do que em qualquer outro momento de nossa história recente, é hora de saudarmos com ardor o dia de todos os trabalhadores do mundo. Viva o 1º de maio classista e combativo de 2020!. Saudamos a todo o proletariado internacional, as massas oprimidas de todo o mundo, pelo nosso glorioso dia. Saudamos os jovens e anciões, as mulheres e homens do campo e da cidade, indígenas, quilombolas, que resistem bravamente aos ataques e investidas dos imperialistas, principalmente ianque, através dos governos lacaios em cada país. Nós trabalhadores somos a reserva moral e saudável dessa velha sociedade que já mostra seus sinais de agonia! Nós somos os produtores de toda a riqueza e cabe a nós construir a Nova Sociedade.
O ano de 2020 ficará marcado na história como grande salto do desenvolvimento da situação revolucionaria em todo mundo. Momento em que o imperialismo expôs suas chagas e a profunda crise que enfrenta o leva a iniciativas terríveis para reduzir sua agonia. Por outro lado, as massas populares de todo o mundo desvelam o verdadeiro caráter de classe dos Estados capitalistas, identificam claramente seus inimigos e se unificam, cada vez mais, nas consignas: “Proletários de todo mundo, uni-vos!” e “façamos nós com nossas próprias mãos tudo o que a nós nos diz respeito”. Em ondas os povos e nações do mundo inteiro se levantam de forma classista, combativa e organizada contra toda a exploração e opressão.
O mundo está sendo sacudido, os capitalistas, inimigos do povo, não podem mais seguir governando – oprimindo e explorando – como fizeram até hoje e por outro lado, os povos e nações oprimidos, às massas trabalhadoras da cidade e do campo, não aceitam viver como têm vivido. Miremos e saudemos ardorosamente a rebelião dos povos e massas populares que combatem, na linha de frente, a besta-fera imperialista, em todo o mundo.
Saudamos a todos os heróis do povo que verteram o seu generoso sangue na luta contra toda a exploração e opressão com efusiva reverência aos operários assassinados, nas jornadas do 1º de maio de 1886 em Chicago – USA, por lutarem por melhores condições de vida e trabalho, acendendo a chama da luta operária por uma nova sociedade, marco histórico desta data. Heroísmo que avermelhou ainda mais a gloriosa bandeira da luta dos trabalhadores e povos oprimidos de todo o mundo. Em todas as nossas lutas classistas, levamos altivamente o grande exemplo dos companheiros: Albert Parsons, Louis Lingg, Adolf Fischer, George Engel, August Spies, Michael Schwab, Samuel Fielden e Oscar Neebe, que sempre estão presentes na luta! Sigamos seus exemplos, organizemo-nos e tomemos em nossas mãos o nosso destino!
Viva o internacionalismo proletário!
A agonia imperialista expele suas mazelas
O mundo está entrando em uma nova época, marcada por grandes tempestades sociais e políticas provocadas pela crise do imperialismo que se aprofunda e não mostra sinais de possível recuperação. Em meios a isso a pandemia do Covid-19 é utilizada para justificar medidas de aumento da superexploração dos trabalhadores e o saqueio dos países oprimidos, tudo justificado e sustentado na comoção, alardeada pelo monopólio de imprensa de “combater o inimigo comum de todos” tentando imobilizar a rebelião das massas, desmobilizando-as enquanto prepara, legaliza e aumenta a repressão e criminalização da luta popular.
Propagandeiam que a chamada “crise do Covid-19” levará a ruína a economia mundial – falácia desavergonhada! A crise não é provocada pela pandemia e sim é agravada e exposta de forma clara por essa. Há tempos as potências imperialistas não têm logrado uma recuperação sustentável de suas crises e uma após outra incrementam a exploração dos trabalhadores e saqueio das nações para seguirem sobrevivendo. A pandemia rasgou por completo a máscara do capitalismo como defensor da liberdade, do direito de ir e vir, e que os países do chamado “primeiro mundo” eram o melhor dos mundos, expondo sua essência podre, burguesa e revelou sua cara monstruosa, inclemente e genocida.
Já no primeiro sinal da pandemia, os reacionários Donald Trump – USA e Benjamin Netanyahu – Israel, mostraram seus dentes e fizeram valer o ditado: “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Netanyahu deu logo um golpe fechou o congresso e quebrou o sigilo dos telefones de todos, para monitorá-los e logo em seguida fechou a única clínica em Jerusalém que fazia o teste para detectar o SARS/Cov2 nos palestinos. Trump após várias bravatas, enrolou a língua e foi arrematar insumos de saúde na China e baixou decreto proibindo que fábricas norte-americanas exportassem materiais e equipamentos utilizados no combate a pandemia e cortou todo auxílio a OMS, com sua política colonialista.
A pandemia de hoje é resultado direto do capitalismo, principalmente em sua fase monopolista, imperialista, pela devastação do meio natural na busca do lucro a qualquer custo, as guerras de rapina e genocídios contra as nações oprimidas e seus povos pelo saqueio das riquezas naturais, como o petróleo, minério de ferro e demais matérias-primas, além de que desenvolvem e aplicam guerras biológicas na disputa pelo domínio do mundo. A pandemia ocorre em meio a profunda crise geral de decomposição que agrava e agudiza todas as contradições fundamentais, particularmente a principal delas, a que opõe nações e povos oprimidos ao imperialismo, levando amplas massas populares a rebelarem-se contra a exploração, opressão, subjugação nacional e guerras de agressões imperialistas.
Em todo o mundo novas ondas massivas de rebeliões e protestos se iniciam e serão potencializadas pelo agravamento da crise. As rebeliões populares que sacudiram o mundo em 2019, com protestos continuados e greve geral na França e levantamentos na América Latina são provas incontestes disso. As massas trabalhadoras de todos os países usarão todos os meios para defenderem seus direitos pisoteados, contra a exploração e pelo direito de manifestação e organização. Nessas batalhas forjaram suas vanguardas e desvelarão o caminho por uma nova sociedade.
No Brasil acirra-se a pugna pela hegemonia do golpe contrarrevolucionário
A situação no Brasil é muito grave, o país entra num momento de profundas rupturas!
Não bastasse a crise econômica de decomposição de seu atrasado capitalismo burocrático, semicolonial e semifeudal, serviçal do imperialismo ianque, que mantém milhões no desemprego e na miséria, a crise política derivada da decomposição desta economia anacrônica, que já se expressa como crise de dominação da grande burguesia e dos latifundiários, na decomposição do velho Estado e seu sistema político, particularmente da farsa eleitora como expressão primeira dessa falsa democracia, as massas populares de nosso país têm que enfrentar desamparadas a pandemia.
Diferente do que propagandeia o monopólio de impressa, com Rede Globo a frente, a pandemia não gera a crise no Brasil, como em todo o mundo, apenas expõe a grave situação que vive o povo brasileiro fruto de séculos de subjugação nacional, primeiro pelo colonialismo português, sustentado pelos senhores de terra e de escravos genocidas da população indígena e logo pelo semicolonialismo inglês e imperialismo, principalmente norte-americano, que desde o final da II guerra vem mantendo um sistema de exploração e opressão através deste carcomido velho Estado dos grandes burgueses e latifundiários.
São mais de cinco séculos de genocídio continuado da população indígena e por três séculos e meio massacrou a população negra escravizada e após o fim oficial da escravidão a privou de direitos elementares e fomentou o mais repugnante racismo até os dias atuais. Sucessão de regimes odiosos de defesa dos ricaços com repressão e miséria aos pobres. Os generais que hoje governam (ACFA), mandam e desmandam no país, chefes das forças armadas, ao contrário do que apregoa toda sua propaganda de salvadores da nação, são os responsáveis, como guardiães deste sistema de exploração e injustiças, por todas as mazelas, iniquidades, sofrimento e padecimento de nosso povo e subjugação da nação, pois foram os que a ferro, fogo e sangue esmagaram todas as tentativas de nosso povo em levar adiante uma Revolução Democrática Popular, única forma de remover do Poder estas máfias de parasitas e sanguessugas do povo e da nação, que arrastaram o Brasil para a beira do abismo a que estamos.
No Brasil as massas camponesas somam mais de 60 milhões sem nenhuma ou com pouca terra e são perseguidos e assassinados em sua luta pelo sagrado direito de plantar e produzir, enquanto os latifundiários representam menos de 2% dos proprietários e açambarcam 50% das terras agricultáveis do país. Nas cidades já somos mais de 15 milhões de desempregados em dados oficiais, pois a realidade é outra, podemos ver pelos dados do que o governo chama de autônomos e sua merreca de auxílio que foi requisitado por mais de 60 milhões de trabalhadores. A indústria nacional é levada a ruína e a desindustrialização do país é crescente, dos 27,3% de participação no PIB que alcançou na década de 1980 chega a 11,3 % em 2018. Para se ter uma ideia em 1960 era de 23,2%. (dados do IBGE) PIB esse que é constituído em mais de 40% com a extorsão dos trabalhadores com arrecadação de impostos – os mais altos do mundo – e são utilizados para o pagamento da dívida externa, auxílio a banqueiros (que lucraram mais de 81,5 bilhões – somente contando os grandes) e financiamento do agronegócio (que em sua maior parte produz commodities para exportação), enquanto deixam as massas populares desamparadas no estado de penúria e abandono, com os serviços públicos sucateados, o que fica escancarado com o criminoso massacre do povo com a pandemia.
A utilização da pandemia pelo governo de turno incrementar a aplicação das 3 tarefas permanentes ditadas pelo imperialismo ianque e que tomam a forma de golpe militar contrarrevolucionário preventivo, ao inevitável levantamento das massas, que passo a passo está em curso em nosso país. O aumento da exploração dos trabalhadores com a retirada de direitos básicos de emprego, justificando e legalizando jornadas intermináveis e condições de trabalho precárias como parte da tarefa de dar novo impulso ao capitalismo burocrático (primeira tarefa) com o aumento da exploração dos trabalhadores. O acirramento dos conflitos dentro do governo deixa patente a iminência da necessidade de nova restruturação do Estado com maior centralização do poder no executivo (segunda tarefa) para levar a diante as medidas exigidas pelo imperialismo. Os militares do ACFA reacionárias que isolaram o fascista Bolsonaro agora têm que se ver com a inescrupulosa e obstinada reação do fascista que esperneia e não se renderá sem causar estragos. Tudo isso enquanto prepara a maior repressão ao povo (terceira tarefa), que inevitavelmente se levantará contra os ataques aos seus direitos e por melhores condições de vida, trabalho e saúde. O governo reacionário dos generais justificarão no isolamento social e combate a pandemia o aumento da repressão, censura e prisões arbitrarias, o cerceamento do direito de ir e vir e a maior militarização na cidade e no campo.
O monopólio de imprensa, vanguardeado pela Rede Globo com sua propaganda histérica da pandemia, insuflam terror e pânico para tentar desmobilizar a ação das massas, alardeando o isolamento social impositivo, culpabilizando as massas pela propagação da doença, na tentativa de desarmar sua vontade de combater, enquanto, como num passe de mágica, constroem um inimigo invisível, substituindo o problema principal que é a culpa e responsabilidade do Estado, pois esse é o verdadeiro inimigo e responsável dessa terrível condição que o nosso povo está sendo submetido, desamparado, amontoado nos postos de atendimento, morrendo aos montes sem vagas para internação e tratamento, a situação absurda dos trabalhadores da saúde pública, enquanto cinicamente, nada é dito dos leitos reservados aos burgueses nos hospitais particulares, além da descarada cumplicidade com o governo frente ao desespero das massas.
Mas que não se enganem os incautos. O novo ciclo da luta de classes em nosso país já começou e esse está marcado pelo levantamento crescente do protesto popular. Os novos embates da Revolução Democrática tão necessária e atrasada em nosso país estão por vir. Aos verdadeiros democratas, às forças classistas e combativas, que não creem na ilusão parlamentar, cabem criar novas formas, fortalecer a aliança operária e camponesa, somando com todas forças democráticas e revolucionárias do nosso país, forjar a vanguarda proletária de nosso país de lutas para alcançarmos uma Nova e Verdadeira Democracia em nosso país.
Defender os direitos do povo em meio à pandemia com Comitês Sanitários de Defesa Popular
Comitê Sanitário de Defesa Popular criado por camponeses da Área Revolucionária José Ricardo, no Agreste pernambucano
Velhos representantes desse putrefato Estado semifeudal e semicolonial, do executivo, legislativo e judiciário, além dos milicos, principalmente os generais, posam agora de “grandes humanistas”, porém são verdadeiros fascistas que odeiam os pobres. Dizem estar preocupados com a vida dos brasileiros cedendo a “ajuda emergencial” de R$600,00 e liberação de saque do Fundo de Garantia de um salário-mínimo a partir de junho, migalhas para esconder o corte dos direitos dos trabalhadores em benefício de megaempresários e banqueiros. Os canalhas dizem que todos tem que fazer sacrifícios mas eles estão protegidos em suas mansões e hospitais que mais parecem hotéis de luxo com todos os equipamentos e respiradores de que precisam. Às massas mais pobres de nosso país resta a certeza de que o velho Estado reacionário nada fará para amenizar seu sofrimento.
O velho Estado reacionário, hoje nas mãos dos generais, não é capaz proteger a população! É só lembrar que nosso povo sofre à míngua nas filas de hospitais abandonados à própria sorte, com as dengue, chicungunha, febre amarela e tantas outras epidemias que todo ano atinge nosso país. Não cumpre nem o mínimo que está previsto na Constituição do direito à saúde pública, com cortes de gastos e congelamentos nos orçamentos deste e outros setores básicos há décadas.
Para proteger o povo da pandemia e dos ataques do Estado aos seus direitos na situação de crise econômica, desemprego e precarização permanente e histórica dos serviços públicos de saúde agravada ainda mais nesse momento, debaixo do estado de sítio que criarão para reprimir as massas, devemos elevar ainda mais a nossa organização, criando os Comitês Sanitários de Defesa Popular em cada bairro ou favela, rua e beco, fábricas e escolas nas cidades e nas áreas de campo, exigindo tudo que nos é de direito: tratamento médico adequado, leitos de hospitais com respiradores para atender toda a população, materiais de proteção individual (máscaras e álcool em gel), condições para cumprir a quarentena, condições de sobrevivência e tudo mais que for necessário.
“Façamos nós com nossas mãos tudo o que a nós nos diz respeito”. Sabemos que somente a organização popular independente, com solidariedade ativa, pode de fato salvar o povo. Os Comitês Sanitários de Defesa Popular devem ser organizações em que as massas se apoiem em suas próprias forças, sem ilusões eleitoreiras e oportunistas de todo tipo. Assim fortaleceremos a luta classista e combativa em nosso país contra todos os inimigos do povo. Preparemo-nos para os momentos tormentosos que se avizinham.
Viva a organização popular classista e combativa!
Exigimos o atendimento de saúde público e gratuito a que temos direito!
Exigimos distribuição gratuita dos equipamentos e materiais protetivos (álcool gel e máscaras)!
Exigimos testes de COVID-19 para toda a população!