Militares das Forças Armadas reacionárias estarão nas ruas do Rio de Janeiro em novembro, mês em que a Cúpula do G20 ocorrerá, por ordem do mandatário Luiz Inácio (PT). A informação foi confirmada hoje (30/10).
De acordo com o governo do Rio, a intenção é “proteger a segurança de todos aqueles que vêm”, ou seja, os imperialistas e genocidas que vão se reunir durante a Cúpula, como o presidente ianque Joseph Biden e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Grandes jornadas de manifestações estão marcadas para ocorrer durante a Cúpula.
Por mais que a Cúpula só vá durar entre os dias 18 e 19 de novembro, o governo ainda não especificou a data de duração da GLO, sinalizando que os militares podem ficar por mais do que dois dias no Rio de Janeiro.
Promessa descumprida
Em outubro de 2023, Luiz Inácio disse que “enquanto eu for presidente, não tem GLO. Fui eleito para governar esse país e vou governar”. Um mês depois, uma GLO foi decretada para portos do Rio de Janeiro e São Paulo.
Agora, o governo planeja uma nova operação, que contará com 7 mil oficiais.
Verdadeiros motivos
Os governos federal e estadual dizem que a crise de segurança pública é o motivo para o decreto. Seria um problema por si só por representar o aprofundamento da militarização reacionária da sociedade.
Há grandes suspeitas, contudo, de que o verdadeiro motivo seja o controle de manifestações e protestos que ocorrerão durante a Cúpula.
Uma pauta central das manifestações planejadas é o apoio ao povo palestino, aproveitando a presença de Netanyahu, Biden e outros apoiadores do genocídio palestino como Emmanuel Macron (França) no evento.
Mas outras categorias também planejam protestos. “Estamos preparando um aparato de guerra para o G20”, disse recentemente ao AND Christiane Gerardo, do Sindsprev do Rio de Janeiro, envolvida na luta contra a privatização do Hospital Federal de Bonsucesso. Os servidores do protesto já marcaram para esta quinta-feira (31/10) uma manifestação em frente ao Hotel Windsor da Barra, onde os Ministros da Saúde do G20 estarão reunidos.
Internacionalmente, o G20 é conhecido por motivar grandes protestos contra os imperialistas. As Cúpulas em Londres (2010), Toronto (2011) e Hamburgo (2017) são casos bastante conhecidos. O receio dos imperialistas é ainda maior no atual momento de mobilização mundial contra o genocídio palestino.
Repressão e crimes das GLO
Um dos treinamentos das operações de GLO do Exército é justamente o controle de protestos.
Em anos anteriores, GLOs já foram usadas para reprimir protestos durante a Copa do Mundo de 2014, no governo de Dilma Rousseff (PT) e ocupações de terra, sobretudo no governo de Jair Bolsonaro (PL).
O histórico de crimes é extenso, como o conhecido caso do assassinato do músico Evaldo dos Santos Rosa, no Rio de Janeiro, durante a intervenção militar em 2019, derivada de uma GLO.