Luiz Inácio não consegue reverter queda na popularidade e bate 49,6% de rejeição

A queda na popularidade é expressão da resposta popular ao programa de governo fundamentalmente de direita que o governo vem implementado, apesar de ter sido eleito sob a falsa promessa de “unir a nação” contra a extrema direita e melhorar as condições de vida do povo. 
Valter Campanato/Agência Brasil

Luiz Inácio não consegue reverter queda na popularidade e bate 49,6% de rejeição

A queda na popularidade é expressão da resposta popular ao programa de governo fundamentalmente de direita que o governo vem implementado, apesar de ter sido eleito sob a falsa promessa de “unir a nação” contra a extrema direita e melhorar as condições de vida do povo. 

A popularidade do governo federal encabeçado por Luiz Inácio segue em baixa. Segundo uma pesquisa realizada pela AtlasIntel em colaboração com a Bloomberg e divulgada hoje (01/04), cerca de 49,6% das pessoas com capacidade de votar desaprovam o governo de turno, enquanto apenas 37,4% aprovam. O resultado é reflexo direto das políticas de Luiz Inácio em retirar cada vez mais direitos e recursos do povo e entregá-los diretamente às mãos dos grandes latifundiários, principal base social da extrema direita, e grandes burgueses e banqueiros. 

A queda na popularidade é expressão da resposta popular ao programa de governo fundamentalmente de direita que o governo vem implementado, apesar de ter sido eleito sob a falsa promessa de “unir a nação” contra a extrema direita e melhorar as condições de vida do povo. 

Editorial – Crise no governo antecipa corrida eleitoral – A Nova Democracia
Enquanto os reacionários e oportunistas fazem demagogia, as massas populares, ainda que parte por parte, devem não apenas se aproveitar disso para melhorar sua condição de existência, como exigir-lhes mais, e sem lhe oferecer em troca qualquer gratidão
anovademocracia.com.br

Atualmente, o principal motivo de rejeição do governo é a grande insatisfação econômica, principalmente pela alta da inflação dos alimentos – que não é revertida pela recusa do governo em impor medidas que chocariam com o latifúndio, como a limitação da exportação, a entrega de terras para camponeses pobres e o fortalecimento da pequena produção camponesa. 

Na contramão desses objetivos, Luiz Inácio decidiu financiar o latifúndio a partir de Planos Safras recordes, mesmo com as evidências do vínculo desse setor com a extrema direita e o bolsonarismo. Logo no início do governo, um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), datado do dia 10 de janeiro de 2023, mostrou que “empresários do agro” participaram diretamente no financiamento dos acampamentos de galinhas verdes em frente aos quartéis e no transporte dos fascistas ao Distrito Federal (DF). 

Alta nos alimentos e energia puxa inflação de fevereiro, a maior para o mês desde 2003 – A Nova Democracia
Por trás dos aumentos estão a alta nas exportações de commodities e a falta de soberania energética. 
anovademocracia.com.br

Outro setor reacionário que foi abastecido por Luiz Inácio foi o “centrão”, que nos últimos anos assumiu um caráter notoriamente bolsonarista. Os parlamentares foram financiados por emendas parlamentares que superaram os valores pagos pelo capitão-do-mato e chefete da extrema direita, Jair Bolsonaro. Várias vezes, os bolsonaristas do partido de Bolsonaro, PL, foram os mais beneficiados: em dezembro de 2024, o governo pagou R$ 8,1 bilhões em emendas parlamentares para aprovar o pacote fiscal, que limitou o salário mínimo às regras do arcabouço fiscal e cortou de programas sociais, e a reforma tributária. 

R$ 4,8 bilhões: Bolsonaristas do PL vão comandar maior parte das emendas de comissão – A Nova Democracia
Se bem que o controle expressa o vínculo do “centrão” com o bolsonarismo e as articulações dos bolsonaristas no Legislativo, é verdade também que o governo tem sua cota de responsabilidade: nos 2 anos e três meses de governo até agora, Luiz Inácio (PT) inflou os parlamentares com emendas parlamentares, permitindo que os bolsonaristas se adonassem do orçamento. 
anovademocracia.com.br

Dentre os deputados e senadores mais beneficiados estavam os ex-ministros de Jair Bolsonaro, Rogério Marinho (PL-RN), Ciro Nogueira (PP-PI), Marcos Pontes (PL-SP) e Damares Alves (Republicanos-DF), além de destacados bolsonaristas como o Delegado Éder Mauro (PL-PA), Coronel Ulysses (União Brasil-AC), Marcos Rogério (PL-RO) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Em 2025, ano que as emendas vão ter o valor recorde de R$ 50,4 bilhões, parlamentares do PL vão comandar a maior fatia das emendas de comissão (R$ 4,8 bilhões). 

Além disso, Luiz Inácio foi incapaz de reverter a abusiva taxa de juros no País mesmo depois de indicar seu próprio presidente do Conselho de Política Monetária (Copom), Gabriel Galípolo. Em vez de intervir na política saqueadora do Banco Central (BC), Luiz Inácio disse que apoiaria Galípolo caso ele aumentasse os juros e que, na sua gestão, o BC teria a maior independência de todas – “independência” que, na verdade, é a submissão do BC aos diktats do Estados Unidos (EUA) e das vontades dos acionistas estrangeiros. 

Prometendo a revogação das reformas da previdência e trabalhista, Luiz Inácio e seus ministros não fizeram absolutamente nada para diminuir a rotina de exaustão a qual o povo é submetido. Pelo contrário, o governo chegou a atacar direitos: ontem (31/3), o governo federal anunciou que irá estabelecer um “prazo limite” para resgatar benefícios previdenciários, que, caso não seja respeitado pelo usuário, a verba não será liberada. O que acontece é que o conjunto de pessoas que recebem benefícios do INSS, sobretudo o BPC/LOAS, possuem uma variedade de limitações psicofísicas que podem impossibilitar sua memória ou deslocamento físico e impedir o saque na data limite.

Além de não revogar as medidas, Luiz Inácio foi incapaz de impedir que projetos absolutamente reacionários avançassem sob seu governo. É o caso da tese do “marco temporal”, atualmente sendo avaliada em uma “mesa de conciliação” no Supremo Tribunal Federal (STF). Nas últimas duas semanas, povos indígenas de vários pontos do País emitiram notas e fizeram mobilizações contra a mesa de negociação e criticaram a postura do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) sobre o tema.  

Povo Munduruku ocupa Transamazônica contra o ‘Marco Temporal’ e o STF – A Nova Democracia
Ao menos 90 indígenas do povo Munduruku do alto e médio Tapajós estão ocupando a rodovia Transamazônica desde a madrugada de ontem (25/3). Sua reivindicação é
anovademocracia.com.br

Um grande problema é que, ao fingir-se de esquerda, mas implementar um programa de direita, o governo ajuda a fortalecer o campo bolsonarista para as próximas eleições, seja na figura do escatológico Jair Bolsonaro – agora réu e prestes a ser condenado pelas mobilizações golpistas – ou um de seus parentes, seja em outros elementos pintados como “moderados”, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União Brasil). No dia 01/04, Caiado anunciou, junto com o governador reacionário de Minas Gerais (MG), Romeu Zema (Novo), um movimento para enfrentar o “Abril Vermelho”, período em que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza ocupações para exigir a entrega de terras. É uma articulação que aponta para uma aliança em formação com olhos em 2026.

Dando indícios desse cenário perigoso, a pesquisa Atlas/Intel disse que tanto Bolsonaro quanto Tarcísio ganharam de Luiz Inácio nas eleições de 2026, com 48%, 47% e 46% de votos, respectivamente. É claro que, nesse caso, haveria um potente rechaço ao governo reacionário que se elegesse, como comprovam as mobilizações das massas, pulverizadas mas nacionais, que atualmente ocorrem em defesa de melhores condições de trabalho, contra a violência policial, por mais investimentos na Educação e por terra a quem nela vive e trabalha – todos temas que, sabidamente, causam desgosto à extrema direita. 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: