Luiz Inácio negocia nomear Arthur Lira e Rodrigo Pacheco como ministros

As negociações ocorrem em meio aos preparativos para as eleições em ambas as Casas, momento em que Lira e Pacheco deixarão seus cargos. 
Com negociata, Luiz Inácio se entrega ainda mais às mãos da direita. Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Luiz Inácio negocia nomear Arthur Lira e Rodrigo Pacheco como ministros

As negociações ocorrem em meio aos preparativos para as eleições em ambas as Casas, momento em que Lira e Pacheco deixarão seus cargos. 
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O presidente Luiz Inácio (PT) está negociando com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a nomeação das duas figuras como ministros.

As negociações ocorrem em meio aos preparativos para as eleições em ambas as Casas, momento em que Lira e Pacheco deixarão seus cargos. 

As informações são da colunista do Uol Andreza Matais, que revelou que Luiz Inácio já conversou com Lira e Pacheco sobre o tema na semana passada e vai voltar a negociar a promoção nos próximos dias.  

O motor das negociações é o medo de Luiz Inácio de enfrentar um nome forte da direita tradicional no Congresso e nas eleições de 2026. 

As informações dão conta que mandatário quer negociar com Lira que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) não seja alçado à candidato presidencial e, com Pacheco, que um freio seja colocado em Tarcísio de Freitas (Republicanos), uma vez que Pacheco é do PSD, mesmo partido de Gilberto Kassab, articulador político do governador paulista. 

Ao mesmo tempo, Luiz Inácio terá que colocar o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) no Tribunal de Contas da União e apoiar Elmar Nascimento para a presidência da Câmara e Davi Alcolumbre para o Senado. Ambos são do União Brasil, partido que pretende lançar o governador latifundista de Goiás, Ronaldo Caiado, à candidato presidencial.

Evidentemente, é um péssimo negócio.

Arthur Lira era, até o fim do último governo, um aliado sólido do ultrarreacionário Jair Bolsonaro (PL). Esse ano mesmo, Lira se reuniu com Bolsonaro em junho para negociar a sucessão na Câmara dos Deputados. Depois da reunião, o presidente da Câmara colocou em urgência o projeto de lei das delações, que proíbe a validação de acordos de acordos de delação com pessoas presas. A ideia do projeto era beneficiar Bolsonaro ao anular informações dadas pelo tenente-coronel Mauro Cid. 

Durante o governo de Luiz Inácio, Lira não deu trégua nas chantagens políticas à presidência e motivou até mesmo episódios de agravamento da crise política com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a ministros do Estado como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), avançou propositalmente com pautas contrárias aos interesses do governo na Câmara.

Há, ainda, outros interesses que Luiz Inácio, sujeito que se arvora como “popular”, deveria considerar. Um exemplo é o dos camponeses de todo o Brasil, que foram alvos constantes de Arthur Lira nos últimos anos. 

Somente em 2024, o presidente da Câmara, amigo oculto de Bolsonaro, moveu em regime de urgência uma série de PLs anticamponeses, como o PL 895/23, que buscava permitir que latifundiários convoquem imediatamente a polícia contra camponeses em caso de ocupações, independente de mandados de reintegração de posse. 

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