Luiz Inácio quer dividir a greve da educação e utiliza até a Rede Globo

Governo Luiz Inácio aumentou de R$ 89 milhões para R$ 142 milhões os repasses para a Rede Globo e, agora, utiliza o espaço comprado para tentar dividir a greve da educação.

Luiz Inácio quer dividir a greve da educação e utiliza até a Rede Globo

Governo Luiz Inácio aumentou de R$ 89 milhões para R$ 142 milhões os repasses para a Rede Globo e, agora, utiliza o espaço comprado para tentar dividir a greve da educação.

Aquele brasileiro que assistiu a TV Globo no dia de hoje, se tiver assistido de maneira um pouco mais atenta, percebeu que entrou no ar uma propaganda do governo federal divulgando o tal “PAC da educação”. Poucos minutos após findar a propaganda governista, iniciava outra propaganda, esta dos tubarões do ensino privado prometendo acesso fácil ao ensino superior a preços acessíveis.

Contradição? Não para Luiz Inácio.

Antes, cabe destrinchar o que é o tal “PAC” (Programa de Aceleração do Crescimento) da Educação. O Ministério da Educação (MEC) vai destinar R$ 5,5 bilhões para a expansão de universidades (criação de dez novos campis e investimentos em outros 69) e mais recursos para os hospitais universitários (leia-se: entregar para a Ebserh). Aumento salarial e reajuste orçamentário, não há.

No mesmo dia que iniciou a divulgação da propaganda, Luiz Inácio se reuniu com reitores e criticou a greve: “Não há muitos motivos para a greve”, e, em seguida: “Quem está perdendo com essa greve é o Brasil, são os estudantes. E não é por 2% ou 3% que a gente fica de greve toda a vida”.

No dia seguinte, Fernando Haddad apresentou sua vontade de impor um teto de 2,5% para o orçamento da Educação e da Saúde. O projeto tem por objetivo enquadrar os gastos do governo no arcabouço fiscal.

A propaganda governista já disponível nos canais televisivos dos monopólios de imprensa divulga a construção de vários campus e anuncia a compra de vários ônibus para transporte escolar. A tentativa governista de passar a imagem de preocupação com a educação pública só poderia mesmo se sustentar nos mesmos canais que pintam que o “agro é a indústria riqueza do país”. O governo federal, inclusive, aumentou as verbas destinadas para a Rede Globo. De R$ 89 milhões em 2022 (no último governo Bolsonaro), passou a R$ 142 milhões em 2023.

Trata-se de três movimentos simultâneos. Tentativa de divisão do movimento em defesa da educação; acenos insuficientes para expansão sem a devida recomposição orçamentária e reajuste salarial (a defasagem, em alguns casos, chega a 30%!); e, ainda, o repasse de verbas públicas no propósito de encher os burros dos monopólios de imprensa reacionários para divulgar ações divisionistas do governo.

A realidade é que o governo se recusa a atender as justíssimas reivindicações do movimento grevista que já atinge mais de 65 universidades federais e centenas de institutos federais.

A comunidade acadêmica está ciente dos limites da expansão universitária sem uma política de valorização real da Educação pública e gratuita. Diante da falta de orçamento para as instituições se manterem, a consequência a médio e longo prazos será a mesma educação precarizada (que hoje motiva greve e protestos).

Os maiores interessados no subfinanciamento da Educação como política de Estado (tal como tem sido, governo após governo) são os monopólios privados da educação, que por mais de 10 anos têm sugado verbas públicas (via “Todos Pela Educação”, forte lobby no Congresso Nacional e cadeira cativa no MEC) para entregar uma educação privatizada de Norte a Sul, que endivida estudantes e recém formados.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: