Luiz Inácio segue a enriquecer rede Globo

Luiz Inácio: serviçal do monopólio de imprensa. Foto: Cláudio Kbene/PR

Luiz Inácio segue a enriquecer rede Globo

Nos primeiros sete meses de governo, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) de Luiz Inácio concedeu ao menos R$ 54,4 milhões para o monopólio de imprensa Globo na forma de verbas publicitárias. O movimento segue contrariamente ao que Lula havia afirmado em sua campanha, quando prometeu “democratizar os meios de comunicação”. Também é contraditório ao que Luiz Inácio afirma achar do monopólio de imprensa, que já foi classificado pelo atual presidente como “uma das principais articuladoras do golpe” de Dilma Rousseff.  

A informação foi divulgada pelo portal do governo federal responsável por mostrar valores pagos em ações publicitárias pela Secom e por outros órgãos do governo. Contudo, os valores são ainda inferiores aos reais, uma vez que pagamentos feitos por bancos públicos e empresas estatais são mantidos em sigilo, em sinal claro de violação ao direito à informação. 

Além do monopólio de imprensa Globo, foram beneficiados os monopólios Record, com R$ 13 milhões, SBT, com R$ 12 milhões, e Band, com R$ 5 milhões. Os valores e beneficiados são antagônicos com o prometido por Luiz Inácio, que tagarelou aos quatro ventos durante a farsa eleitoral sobre a necessidade de “democratizar os meios de comunicação” e o absurdo de o País ter “nove famílias que são donas de quase todos os meios de comunicação”, realidade que Luiz Inácio sempre colaborou em manter. Entre os primeiros 10 mais beneficiados da lista, são todos monopólios de imprensa e monopólios de redes sociais, com exceção da categoria para publicidade em espaços públicos. 

Os valores estratosféricos concedidos de bom grado à imprensa reacionária também são contraditórios com o discurso demagógico do próprio Luiz Inácio sobre o papel do monopólio de imprensa nos últimos anos. Foram diversas ocasiões em que Luiz Inácio encenou críticas contra a Globo. No ano passado, quando ainda era pré-candidato, afirmou que “um dia a Rede Globo poderia fazer um editorial com o Bonner pedindo desculpas pelas mentiras que contaram contra mim”. Antes, para se referir às reportagens da Globo sobre a cobertura do Intercept sobre a Lava Jato, disse que “o que a Globo está fazendo com o Intercept, era capaz que o nazismo não fizesse”. Já em terceira ocasião, no alto de sua demagogia, chegou a dizer que a ascensão de Bolsonaro era produto da “política de ódio despejada pela Globo na política”. 

Fica claro que, em verdade, Luiz Inácio não nutre ódio pelo monopólio de imprensa, mas sim coloca-se como serviçal dela, que é a maior responsável pelo caldo de cultura reacionário – que desembocou no crescimento da extrema-direita nos últimos anos –. O pelego-mor segue a destinar milhões à emissora com verbas publicitárias, numa continuidade da política que vem desde os tempos do regime militar. Durante os 12 anos das gestões de Luiz Inácio e Dilma Rousseff, ao menos R$ 6,2 bilhões foram concedidos ao monopólio de imprensa somente na forma de verbas publicitárias.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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