Lula usa ‘orçamento secreto’ e mais de R$ 46 bi para comprar apoio de políticos

O governo oportunista de Lula/Alckimin enviará R$ 9 bilhões do “orçamento secreto” para garantir o voto de parlamentares em projetos chaves para sua gestão.
Antes de Lula liberar verbas do orçamento secreto, Artur Lira afirmou em março que governo 'não tem maioria no Congresso nem para matérias simples'. Foto: Tauan Alencar

Lula usa ‘orçamento secreto’ e mais de R$ 46 bi para comprar apoio de políticos

O governo oportunista de Lula/Alckimin enviará R$ 9 bilhões do “orçamento secreto” para garantir o voto de parlamentares em projetos chaves para sua gestão.

O governo oportunista de Lula/Alckimin enviará R$ 9 bilhões do “orçamento secreto” para garantir o voto de parlamentares em projetos chaves para sua gestão. As verbas vão se unir aos R$ 46,3 bilhões destinados à “emendas parlamentares” e serão liberadas aos poucos pelo ministério das Cidades e da Integração Nacional. Eis aí justamente um dos pontos que Luiz Inácio criticou ao seu opositor na farsa eleitoral: o “vale tudo” para conquistar apoio parlamentar.

Atendendo aos corruptos do Congresso, que nos últimos quatro anos foram agraciados com mais de R$ 117 bilhões, o governo atual destinará o valor recorde de R$ 46,3 bilhões para emendas parlamentares no ano de 2023. O valor supera até mesmo os valores que Bolsonaro destinou aos parlamentares. Se continuar do jeito que está, ao fim dos quatro anos de governo, Lula pagará R$ 185 bilhões à “suas excelências”.

Em um contexto de dificuldades na articulação política do governo da coalizão reacionária com as bancadas fisiológicas do “Centrão”, Luiz Inácio busca fazer da verba bilionária a sua tábua de salvação, uma vez que não vem tendo força para aprovar nenhuma de suas pautas.

A origem da verba que será utilizada indica, realmente, desespero: ela vem de um montante de R$ 15,5 bilhões de emendas do governo anterior que não foram pagas até o dia 31 de dezembro de 2022, último dia do governo militar de Bolsonaro.

Prossegue a farra

O “orçamento secreto” foi criticado por Luiz Inácio durante a campanha eleitoral. “A maior excrescência política orçamentária do país”, “isso é um escárnio, isso não é democracia”, “nós vamos resolver conversando com os deputados” – Lula denunciou, afirmou e prometeu. O que se vê hoje, porém, é mais do mesmo.

De tão criticado (por ser um deboche com o contribuinte, isto é, o povo brasileiro), o STF declarou ilegal o “orçamento secreto”. Ocorre que uma maracutaia política impediu o seu fim, na prática. Antes, as verbas eram repassadas acompanhadas da rubrica “RP9”, que indicava que as verbas destinadas aos parlamentares não precisavam ter a indicação para onde iriam. Após a decisão do STF, as verbas bilionárias repassadas aos políticos passaram a ser destinadas sob assinaturas de “emendas individuais” (onde também não há a devida transparência). Mais de R$ 15,5 bilhões estavam paradas desde que o STF declarou o “orçamento secreto” ilegal. Agora, o governo as resgata e dá a mesma finalidade escusa e imoral.

Como se vê, não durou nem 6 meses para que o falastrão Lula abandonasse as críticas ao “toma-lá-dá-cá” e lançasse verbas para se lambuzarem os parlamentares, das quais depende o futuro de seu governo.

Leia também: Editorial semanal – As perspectivas estreitas do governo oportunista

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