No final de janeiro e início de fevereiro, diversas organizações revolucionárias da Europa realizaram ações de propaganda e solidariedade com as lutas camponesas do Brasil e do México. As mobilizações ocorreram após dois camponeses terem sido torturados e assassinados no Acampamento Tiago Campin dos Santos, em Rondônia, e famílias camponesas mexicanas terem sofrido uma tentativa de intimidação por pistoleiros em Oaxaca, sul do México.
Os protestos, pichações e içamento de faixas foram realizados em diversas cidades da Alemanha, Suécia e Dinamarca.
Na Alemanha, protestos, pichações e faixas em solidariedade à luta camponesa
Na Alemanha, ativistas da Aliança contra a Agressão Imperialista (AAI) fizeram uma manifestação em Hamburgo no dia 8 de fevereiro. Os manifestantes condenaram por meio de panfletos e discursos em megafones o massacre realizado em Rondônia, a intimidação realizada contra as famílias camponesas em Rincón Tagolaba, em Oaxaca (México), e os despejos de camponeses impulsionados pelos megaprojetos imperialistas realizados no México, principalmente o Corredor Interoceanico do Istmo de Tehuantepec (Ciit). Foi exigida ainda a liberdade de Salvador Pinal Melendez, preso político mexicano que teve uma audiência judicial no mesmo dia do protesto.
Gritos de ordem em apoio a movimentos democráticos e de massas brasileiros e mexicanos, como a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e a Corrente do Povo – Sol Vermelho (CP-SV), foram entoados pelos ativistas. Durante a manifestação, bandeiras da LCP foram erguidas e faixas com consignas contra a criminalização da luta pela terra, os despejos de camponeses e as agressões contra famílias foram estendidas.
No dia anterior à manifestação, faixas contra os despejos de camponeses no México haviam sido erguidas na Universidade de Hamburgo e na estação Sternschanze.
Ainda no país germânico, diversas ações foram realizadas em diferentes dias na cidade de Bremen. Uma manifestação ocorreu em frente a um supermercado onde diversos imigrantes latinoamericanos que trabalham na cidade transitam. Uma faixa com as consignas Abaixo as agressões contra Rincon Tagolaba! e Pare o terrorismo contra o povo mexicano! foi erguida. Segundo os ativistas, transeuntes que viram o protesto se solidarizaram com a propaganda e se somaram à manifestação.
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Além do protesto, diversas pichações contra as agressões no México e em apoio à Liga dos Camponeses Pobres (LCP) foram realizadas na Universidade de Bremen.
Embaixada brasileira é alvo de protestos na Suécia e na Dinamarca
Na semana passada, ativistas dinamarqueses realizaram uma manifestação em frente à embaixada brasileira em Copenhagen, capital do país nórdico. Uma faixa com a consigna Abaixo a criminalização da luta pela terra foi estendida e panfletos em apoio à Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e de denúncia contra o massacre em Rondônia e o terrorismo contra o povo mexicano foram distribuídos para os pedestres que passaram. Dois panfletos foram colados na porta da embaixada.
Segundo os ativistas, um magnata dono de uma empresa agrária brasileira viu o protesto e se assustou ao ver o apoio entusiástico dos ativistas dinamarqueses à LCP.
Um protesto similar foi realizado na embaixada mexicana da capital dinamarquesa. Os ativistas distribuíram os mesmos panfletos e ergueram uma faixa que exigia a libertação de todos os presos políticos do país. Gritos de ordem pela liberdade dos presos políticos e pela apresentação com vida de ativistas desaparecidos também foram entoados.
Além dos protestos, os ativistas ergueram faixas no bairro proletário de Blagarden e em frente à estação de metrô de Aalborg.
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A embaixada brasileira também foi alvo de protestos na Suécia, onde ativistas se reuniram com faixas e bandeiras no dia 25 de janeiro para condenar o massacre de camponeses em Rondônia. Gritos de ordem foram entoados contra o massacre de camponeses em Rondônia e contra o Estado genocida brasileiro. Dois micro-ônibus de policiais foram acionados para monitorar a manifestação, mas os ativistas não se intimidaram e mantiveram o protesto.
Cinco dias antes da manifestação, ativistas suecos haviam realizado uma “noite solidária pela luta do povo brasileiro”. Durante o evento, foi anunciado a fundação da Uppror Media, um veículo de comunicação para noticiar e propagandear as lutas do povo do Brasil e da Turquia.