MA: Assentamento Nascente do Rio dos Bois é alvo de mais um ataque de paramilitares do latifúndio

Camponeses do assentamento Nascente do Rio dos Bois, em Bom Jardim, Maranhão, voltaram a ser alvo de ataques da pistolagem. Casas foram destruídas com tratores no assentamento no dia 25/01.
Camponeses tiveram casas derrubadas com tratores. Foto: Reprodução

MA: Assentamento Nascente do Rio dos Bois é alvo de mais um ataque de paramilitares do latifúndio

Camponeses do assentamento Nascente do Rio dos Bois, em Bom Jardim, Maranhão, voltaram a ser alvo de ataques da pistolagem. Casas foram destruídas com tratores no assentamento no dia 25/01.

No dia 25 de janeiro, trabalhadores do assentamento do Incra Nascente do Rio dos Bois, localizado no município de Bom Jardim, no Maranhão, sofreram novos ataques às suas terras e seus bens. Denúncias divulgadas em vídeo nas redes sociais mostram tratores destruindo moradias dos camponeses. 

O conflito não é recente, segundo informações divulgadas pelo dirigente da Fetaema, Antônio Sorriso, em entrevista ao jornal Agência Tambor, no ano passado. Segundo ele, os moradores do assentamento já enfrentam tal situação desde 2015.  De acordo com a população, nos últimos anos, um homem conhecido somente como “pastor Maurício” vem adquirindo parte do território do assentamento de maneira ilegal e repassando para produtores de soja, estes, por sua vez, utilizam do seu poder para intimidar e tentar expulsar os verdadeiros donos da terra.

Em fevereiro de 2023, o assentamento recebeu a visita da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular do Estado (SEDIHPOP) logo após os trabalhadores terem suas plantações de arroz, feijão e mandioca destruídas. Quase um ano depois do ocorrido, o crime se repete: frente à inoperância do Estado, avança a ofensiva do latifúndio.

Apesar de ser um assentamento enquadrado na fase 5, ou seja, em fase de estruturação pelo Incra, faltando somente a etapa de consolidação, os moradores continuam tendo suas terras invadidas, enquanto sofrem ameaças de morte na tentativa de forçar sua saída do local onde vivem e trabalham. Em uma série de reuniões com os governos estadual e municipal, além do próprio Incra, a única resposta é a promessa de que as providências serão tomadas, sem qualquer esclarecimento sobre quando ou de que maneira essas medidas serão tomadas.

O caso é retrato claro do que vem ocorrendo em todo o Maranhão. O que falta para o INCRA avançar no processo para conclusão do assentamento? O que o estado tem feito para garantir a segurança de seu povo? A população por sua vez, não espera respostas de braços cruzados e segue lutando e resistindo na conquista da sua terra, buscando, cada vez mais, o apoio de toda a sociedade na missão de destruir o latifúndio.

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