No mês de setembro, camponeses e quilombolas têm enfrentado ataques e acossamento da pistolagem a mando do latifúndio nas comunidades de Morada Nova, Caiçara e Pau Pombo, no município de Caxias. Trata-se de uma região de interesse para o latifúndio, em especial o da soja, devido ao avanço da expansão da fronteira agrícola no chamado Matopiba (região fronteiriça entre os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Em entrevista para o portal independente Agência Tambor, no dia 11 de setembro, Chico Piauí, presidente de uma associação local, relatou que “as comunidades são vigiadas constantemente e estão ameaçadas por homens armados”. Eles denunciam ainda que os pistoleiros destroem as plantações e impedem os camponeses de trabalharem em suas próprias terras.
Latifúndio espalha terror contra camponeses
Os crimes do latifúndio em Caxias não são isolados. No município vizinho de São João do Soter, camponeses e quilombolas vêm denunciado a extração de madeira ilegal e o uso de tratores e correntões para destruir os roçados dos moradores. O acossamento do latifúndio no município já resultou, em abril de 2022, na execução do líder quilombola Edvaldo Pereira Rocha, da comunidade Jacarezinho. O crime continua sem explicação e punição dos responsáveis.
A situação na região de Caxias soma-se à situação, noticiada neste jornal, das comunidades quilombolas em São Benedito do Rio Preto, que tiveram mais uma casa incendiada na comunidade Guarimã no dia 12 de setembro. Os próprios moradores atestam a intencionalidade do crime, sendo esta a quarta casa incendiada na região.