No dia 23 de abril, mesmo dia em que a Comissão Pastoral da Terra (CPT) publicou o relatório sobre conflitos no campo de 2024, o Coletivo Estudantil Filhos do Povo (CEFP) lançou uma nota em seu site em que convoca estudantes a lutarem contra o avanço da ofensiva armada contra quilombolas, indígenas e camponeses e a apoiarem, principalmente dentro das escolas e universidades, a luta pela terra.
A nota declara que o movimento estudantil deve “[…] romper com a paralisia burocrática, com a submissão vergonhosa aos governos de turno e com a inércia elitista dissociada da realidade popular”, além de denunciar as políticas partidescas da falsa esquerda oportunista de omissão e cumplicidade, especialmente no Estado do Maranhão, onde, segundo o relatório, mais de 360 casos de violência contra ocupações foram registrados.
O CEFP também aponta que “[…] a esses canalhas assassinos do ‘Invasão Zero’, inimigos declarados do povo, deixamos um recado que ecoa em todo o país da juventude combativa: vocês fugiram covardemente diante da autodefesa camponesa e estudantil organizada no Acampamento Menino Jonatas, em Jaqueira (PE)”, e no Maranhão, as diversas vitórias da luta organizada no campo e no apoio dos estudantes na cidade, expressas no já conhecido caso da Gleba Campina, em que “[…] A União das Comunidades em Luta (UCL) convocou todos os territórios a unificarem suas forças contra a grilagem de terras, orientando as comunidades a se organizarem e estruturarem suas formas próprias de autodefesa popular.”
[…] Defender o direito à terra, intensificar as formas de apoio direto à luta camponesa e romper com a neutralidade conivente da universidade não são bandeiras isoladas — são frentes estratégicas na batalha pela superação do latifúndio, do capitalismo burocrático e do domínio imperialista sobre nossas riquezas e territórios. Cada universidade deve se transformar em trincheira de combate popular.”