Na última quarta-feira (18), o Movimento Quilombola do Maranhão divulgou uma nota sobre a recente decisão da Justiça do estado que determina a reintegração de posse dos terrenos das comunidades quilombolas de Pacuã, Proteção e Caruma. As lideranças locais, que já haviam sofrido ameaças de morte no início do ano, agora enfrentam a ação de despejo, que afeta cerca de 100 famílias pertencentes a essas comunidades.
O Quilombo Pacuã, parte do Território Sudário, localizado no município de Pinheiro (MA), é constantemente ameaçado pela especulação imobiliária, além de sofrer com os danos ambientais e violência causados por grileiros. No mês de janeiro, as comunidades conseguiram uma liminar na justiça determinando a reintegração de posse em seu favor.
Alguns meses depois, o grileiro recorreu na justiça e ganhou a posse da área. O juiz determinou um prazo de 72 horas para que os moradores saíssem de suas terras, caso contrário, serão multados e tirados de lá à força.
A decisão judicial representa uma violação dos direitos dessas comunidades centenárias, que há gerações preservam a terra que lhes pertence. “Não. Não há saída voluntária. De todo modo, sentimos a força bruta do Estado a criminalizar nossos corpos e nossas memórias, novamente nos descartando nas periferias das cidades”, afirma a nota de repúdio divulgada pelo MOQUIBOM Maranhão.