Cacique Firmino Prexede Guajajara, de 45 anos, da aldeia Silvino, assinado no dia 07/12. Foto: Reprodução/Mídia Ninja
No dia 7 de dezembro, dois caciques foram assassinados durante um ataque a um grupo de indígenas do povo Guajajara. Esses foram alvejados com tiros de revólver, por volta das 12h40, enquanto percorriam em motocicletas um trecho da rodovia BR-266, próximo à aldeia El Betel, na Terra Indígena Cana Brava, no município Jenipapo dos Vieiras (MA).
No ataque foram mortos o cacique Firmino Praxete Guajajara, de 45 anos, da aldeia Silvino (TI Cana Brava) e o cacique Raimundo Belnício, 38 anos, da aldeia Descendência Severino (TI Lagoa Comprida). Outros dois indígenas foram alvejados e escaparam com vida: Neucy Cabral Vieira, da aldeia Nova Vitoriano, que foi ferido na perna e Nico Alfredo, da aldeia Mussun, da TI Cana Brava, que foi atingido na região do glúteo, e submetido a uma laparotomia exploratória e à correção de lesões na bexiga e intestino (encontra-se em estado grave). Segundo as testemunhas, os atiradores estavam dentro de um veículo branco quando começaram a disparar contra os indígenas.
Os caciques voltavam de uma reunião na aldeia Coquinho, que contou com a presença de 60 caciques e lideranças guajajara. Os indígenas se encontraram com diretores da Eletronorte Energia e a Fundação Nacional do Índio (Funai) para discutir sobre as obras de linhas de transmissão que existem dentro território.
“Estávamos tratando do assunto da Eletronorte. Ao finalizar a reunião, os indígenas voltaram para casa de moto. Numa descida na ladeira, os parentes foram abordados e alvejados. Simplesmente atiraram nos parentes. No trajeto, baixaram o vidro e olharam para identificar se eram indígenas. Aceleraram e atiraram. Foi um tiro fatal”, afirmou Magno Guajajara ao portal Amazônia Real.
Indígenas fecham BR-226 no Maranhão, após assassinato de lideranças. Foto: Josoaldo de Oliveira
O coordenador da Funai no Maranhão, Guaraci Mendes, afirmou também ao portal que “parece que foi ação planejada”.
No mesmo dia, logo após o ataque, os indígenas guajajara iniciaram um protesto e usaram galhos e pedaços de madeira para bloquear os três pontos da rodovia BR-226.
Outros ataques
No mês de novembro outra liderança dos guajajara foi assassinado. Conforme denunciado pelo AND, o guardião Paulo Paulino Guajajara foi morto com um tiro no rosto em uma emboscada promovida por madeireiros.
Depois do brutal assassinato, um incêndio criminoso de grandes proporções atingiu a Terra Indígena Arariboia, no Maranhão, onde ocorreu o crime.